Pesquisa quer tornar a propulsão eletromagnética uma realidade

Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/08/2004

Quando a propulsão eletromagnética foi demonstrada pela primeira vez, há mais de um século atrás, ela inspirou a ficção científica a sonhar com vôos espaciais sem os fumegantes lançamentos de foguetes e veículos que flutuavam sem necessitarem de rodas.

Muitos anos depois, a propulsão eletromagnética, alimentada por eletricidade e pelo magnetismo no lugar das reações químicas dos foguetes, é uma realidade técnica, embora ainda não totalmente pronta para produção comercial. Entretanto, cientistas de quatro Universidades dos Estados Unidos preparam-se agora para investir US$5 milhões de dólares em um trabalho que promete preparar essa maravilha da tecnologia para uso prático.

O problema é que a propulsão eletromagnética, capaz de fazer com que aviões, satélites, naves espaciais ou trens disparem através do ar ou ao longo de uma ferrovia, também produz temperaturas extremas, promovendo um desgaste acelerado sobre os materiais empregados na construção desses veículos. Construir equipamentos que possam ser usados continuamente sem ficarem seriamente desgastados é o principal desafio que os cientistas deverão enfrentar.

O calor e a fricção gerados pela propulsão eletromagnética é muito diferente da aceleração química tradicional e não é ainda totalmente entendida pelos cientistas. De fato, a propulsão eletromagnética produz alguns efeitos que ainda desafiam as explicações científicas.

Os cientistas das Universidades Cornell, Carolina do Norte, Instituto Rensselaer e Instituto de Tecnologia da Geórgia vão se reunir nos laboratórios desta última, num esforço que irá juntar especialistas em áreas tão diversas quanto física, ciência dos materiais, engenharia elétrica e engenharia mecânica.

O projeto deverá durar cinco anos, que os cientistas acreditam ser o suficiente para desenvolver materiais, lubrificantes e designs capazes de reduzir os danos causados pela propulsão eletromagnética, deixando-a finalmente ao alcance das aplicações práticas.