Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/02/2003
Após o acidente do último dia 1º de Fevereiro, muito se repetiu que o Colúmbia era o mais antigo ônibus espacial, lançado em 1.981. Embora seja tudo verdade, é certo também que a NASA sempre fez atualizações de sistemas e componentes, com o intuito de aprimorar a segurança e também de reduzir os custos. O fato principal é que o ônibus acidentado era muito diferente daquele que inaugurou a era dos veículos reaproveitáveis.
Vários melhoramentos foram feitos e muitos outros estavam agendados. Infelizmente demorou muito para o Colúmbia. Um deles explica a insistência dos alertas que a NASA emitiu sobre o caráter tóxico dos resíduos da nave.
Cada ônibus espacial possui três Unidades Auxiliares de Potência, cada uma das quais alimenta três sistemas hidráulicos independentes. Os sistemas hidráulicos acionam atuadores que liberam e estrangulam os motores principais durante a subida e movimentam as superfícies aerodinâmicas (flaps) durante a descida. Foram os sensores de temperatura dos sistemas hidráulicos da asa esquerda os primeiros a pararem de funcionar, minutos antes do acidente com o Colúmbia.
As Unidades Auxiliares de Potência utilizam hidrazina, que é decomposta para produzir um gás quente que aciona uma turbina que, por sua vez, gira uma bomba hidráulica.
A hidrazina é um fluido tóxico que requer condições especiais de manuseio. Isto resulta em altos custos e requer longos períodos de manutenção nos intervalos entre um vôo e outro. A NASA já possui um sistema que deverá substituir as atuais Unidades Auxiliares de Potência. Chamadas de Unidades Auxiliares Elétricas, elas utilizam baterias para girar um motor que movimenta a bomba hidráulica. O sistema hidráulico propriamente dito não necessita sofrer modificações. O novo sistema elimina a hidrazina, sendo mais segura e confiável.
Infelizmente, mesmos os três ônibus restantes, Discovery, Atlantis e Endeavour, deverão esperar pelo menos dois anos antes que as investigações sobre o Colúmbia terminem e a NASA tenha certeza de controlar as variáveis que causaram o acidente. Até lá, além das novas unidades de alimentação, muitos outros melhoramentos deverão ser acrescidos aos ônibus espaciais.