Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/01/2007
Estudos experimentais feitos na Universidade de Helsinque, Finlândia, chamaram a a atenção do mundo científico nas últimas semanas, graças às grandes possibilidades de aplicação de seus resultados, principalmente nos estudos do clima e das previsões meteorológicas.
O cientista Anatoli Bogdan demonstrou que uma mistura de gotículas formadas por água e ácido sulfúrico podem ser resfriadas lentamente a até -140º C sem se congelarem, ou seja, sem a formação de cristais de gelo. Isso muda o entendimento que se tinha sobre a composição das nuvens, principalmente aquelas de elevadas altitudes.
É por isso que a pesquisa deverá ter grande impacto na área climática. Aplicando os estudos às nuvens cirrus, o pesquisador sugere que, ao contrário do que se pensava, os cristais nessas nuvens não são inteiramente gelo sólido, mas são cobertos por uma camada de água líquida e ácido sulfúrico.
Essa camada afeta, por exemplo, a refletividade das nuvens e, portanto, o clima. O pesquisador observou também que a taxa de perda de ozônio é maior nas superfícies líquidas do que nas sólidas. Isso prova que o ozônio é destruído nas nuvens cirrus de uma forma mais rápida do que se acreditava até agora.
Criopreservação
Mas as pesquisas de Bogdan deverão abrir novas possibilidades em uma área totalmente diferente, a criopreservação - a preservação de células e tecidos vivos a temperaturas extremamente baixas. Alguns pesquisadores também chamam essa área de biocriogenia.
A formação de gelo é o maior problema da criopreservação, já que os cristais danificam a estrutura das células. Embora a imprensa não especializada sempre divulgue o assunto relacionando-o ao congelamento de corpos humanos, a preservação de tecidos vivos pode ser muito importante em diversas áreas, desde as pesquisas espaciais até a melhor conservação de órgãos para transplantes.