Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/03/2007
O trabalho de inspeção e controle de qualidade nas indústrias há muito tempo é feito por equipamentos de visão artificial ou visão de máquina. De alimentos a papéis, de circuitos eletrônicos a tecidos, a qualidade de um número infindável de produtos é verificada por câmeras de vídeo de alta velocidade e programas de reconhecimento de imagens capazes de detectar qualquer variação no formato ou na cor do produto.
Computadores de alto desempenho, com processadores gráficos dedicados, detectam qualquer variação no produto. Assim que uma anomalia é detectada, os computadores acionam atuadores, mecânicos ou mais comumente de ar comprimido, que simplesmente retiram o produto defeituoso da linha de produção.
Mas não é fácil configurar esses equipamentos de visão automatizada. O calcanhar de Aquiles desses sistemas de inspeção é a iluminação. As câmeras de vídeo são rápidas, mas funcionam segundo um princípio parecido com uma máquina de fax: elas capturam a imagem do produto uma linha por vez - são do tipo "line-scan", ou câmeras de varredura de linha. O problema é que os produtos estão passando rapidamente na esteira e é muito difícil garantir que a iluminação de cada "linha" da imagem capturada tenha uma claridade homogênea.
Fibra óptica e Laser
Agora, pesquisadores dos Laboratórios OFS e da empresa Lightwave, ambos nos Estados Unidos, criaram um novo tipo de lâmpada que combina todas as características ideais necessárias para uma captura de imagem eficiente e precisa: uniformidade, iluminação intensa sobre uma região retangular, um feixe direcional que evita a dispersão da luz e uma fonte "fria", que não esquenta os objetos que estão sendo monitorados.
A nova lâmpada é feita com uma fibra óptica, tendo um laser como fonte de luz. Ao longo da fibra óptica é criada uma região chamada gradeamento ("fiber grating") por meio de um tratamento com luz ultravioleta. O gradeamento desvia a luz que vem ao longo da fibra, fazendo-a sair perpendicularmente ao comprimento da fibra óptica, formando um retângulo de luz.
Esse retângulo óptico é então guiado por uma lente cilíndrica, de tal forma que essa luz direcionada e com formato definido consegue iluminar objetos com perfeição a distâncias variadas. Com isto, as câmeras conseguem gerar imagens mais nítidas, permitindo ainda que as esteiras possam funcionar a uma velocidade ainda maior.