Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/10/2004
Quem já freqüentou um cinema dotado de som "surround", ou mesmo quem possui uma boa sala de "home-theater", sabe que só quem se senta no centro da sala tira proveito integral da qualidade sonora.
Agora, depois de anos de estudos sobre como o ser humano percebe o som, os cientistas acreditam ter criado um sistema que é capaz de democratizar a qualidade do som, levando a qualidade total a mais ouvintes.
Para isso, eles aplicaram a lógica difusa ("fuzzy") ao áudio, determinando regras para as ondas sonoras por meio de um programa de computador. O programa detecta a acústica da sala e a posição das caixas de som, dentre outras informações, de oito pontos específicos dentro do recinto. A seguir, ele processa os dados e envia as ondas sonoras de tal forma que o som chega com qualidade integral a cada um desses oito pontos.
Batizado de MultEQ, o sistema foi desenvolvido por Chris Kyriakakis e seus colegas Sunil Bharitkar e Philip Hilmes, da Universidade da Califórnia, Estados Unidos. Juntos eles formaram a empresa Audyssey para comercializar a tecnologia.
O principal objetivo do MultEQ é melhorar a qualidade de som em pequenos ambientes, como as salas de cinema domésticas. A nova tecnologia reúne resultados de pesquisas em psicoacústica - o estudo da forma como o ser humano percebe o som - e processamento de sinais digitais.
O algoritmo responsável pelo processamento e programação das ondas sonoras utiliza dados de um microfone colocado em cada uma das posições escolhidas. O equipamento de "home-theater" faz a calibração do sistema emitindo um tom nos altos-falantes, tom este que é modificado pelo posicionamento das pessoas no interior da sala.
A seguir o programa calibra as ondas sonoras e envia um espectro diferente de sons para cada ouvinte, baseando-se nas reflexões do som e na interação dos sons emitidos por cada um dos alto-falantes.