Phil Schewe e Ben Stein - 28/07/2006
Cientistas conseguiram criar um transístor químico, um composto reativo equivalente aos transistores eletrônicos. O componente inusitado poderá permitir a detecção ultra-sensível de antígenos biomédicos individuais.
Transístor químico
Os eventos que associamos com os transistores, como o fechar e o abrir de uma chave ou a amplificação de um sinal, são feitos através da injeção de um diminuto sinal elétrico em um eletrodo, que altera o ambiente nas proximidades da região do canal do componente. Isto permite que a corrente seja interrompida ou amplificada.
Em um experimento realizado por físicos da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, esses mesmos eventos foram realizados por meio de reações químicas.
Philip Collins e seus colegas utilizaram nanotubos de carbono como a substância central de seu dispositivo.
Os nanotubos, mergulhados em um líquido, podem ser chaveados de um estado condutor para um estado isolante por meio de uma reação que os oxida - isto, remove quimicamente seus elétrons livres.
As reações químicas são acionadas por um potencial elétrico aplicado na área de interação.
Amplificação
O que os pesquisadores demonstraram é que este processo pode ser feito de forma reversível e em curtos períodos de tempo, de cerca de apenas 10 microssegundos.
Isto é bastante lento pelos padrões dos transistores atuais; a promessa mais importante para esses futuros transistores químicos de efeito de campo (ou ChemFET) são as potencialmente enormes amplificações. A pesquisa sugere que apenas alguns poucos elétrons liberados pela oxidação podem ser utilizados para chavear correntes na faixa dos microamperes.
Em um futuro biodetector, o chaveamento poderá ser feito não por meio da aplicação de um sinal eletroquímico, mas pela presença de traços de antígenos que se liguem a anticorpos presos aos nanotubos.
Nos detectores atuais, a atuação química exige a presença de dezenas de antígenos; aqui, um único antígeno pode ser suficiente para alterar o estado de um nanotubo.