Computador óptico poderá ser construído com luz congelada

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/04/2005

Cientistas da Universidade de Harvard, Estados Unidos, demonstraram que átomos ultra-frios podem ser utilizados para congelar e controlar a luz, formando o núcleo, ou CPU, de um computador óptico.

Computadores ópticos poderão transportar informações dez vezes mais rapidamente do que os dispositivos eletrônicos atuais, resolvendo o problema da velocidade máxima intrínseca da atual tecnologia do silício.

Parar a luz

Esta nova pesquisa pode ser um avanço real na busca pela criação de computadores super-rápidos, que utilizam luz ao invés de elétrons para processar a informação.

A Dra. Lene Hau é considerada a maior autoridade mundial em "parar a luz". Seu grupo de pesquisas tornou-se famoso em 1999, ao divulgar que teria conseguido reduzir a velocidade da luz, que normalmente viaja a 300.000 km/s, para algo próximo à velocidade de uma bicicleta.

Luz congelada

Agora, utilizando o mesmo aparato da pesquisa anterior, que contém uma nuvem de átomos de sódio ultra-frios, a equipe da Dra. Hau afirma que conseguiu efetivamente congelar a luz. Segundo ela, num futuro ainda distante, esse mecanismo poderá ser utilizado como memória de armazenamento em um computador óptico.

Mas a pesquisa também aponta caminhos para o desenvolvimento desses computadores. A Dra. Hau calcula que átomos ultra-frios, conhecidos como condensado de Bose-Einstein (BEC), podem ser utilizados para executar "processamento coerente controlado" por meio da luz.

CPU óptica

Na matéria comum, a amplitude e a fase do pulso de luz podem ser alteradas, o que causará a perda de qualquer informação que esteja armazenada nesse pulso. Mas o novo trabalho da Dra. Hau prova experimentalmente que esses atributos podem ser preservados em um BEC. É por isto que ela afirma que o equipamento poderá um dia tornar-se a CPU de um computador óptico, já que será possível fazer cálculos com dados armazenados nesses pulsos de luz.

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