Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/10/2003
Cientistas do Fraunhofer Institute (Alemanha) acabam de lançar o primeiro microfone óptico do mundo, que transfere o som através da luz, em lugar dos pulsos elétricos usados nos microfones comuns. O novo microfone óptico pode ser a redenção para artistas e apresentadores atuando em palcos.
Uma pesquisa entre os artistas mostrou que o maior problema com os microfones é causado pelo suor, principalmente quando estão atuando sob pesadas roupas: em apenas alguns instantes o suor penetra no microfone, colocando-o em curto e prejudicando a apresentação. Outros problemas são causados por interferências que os equipamentos eletrônicos e de iluminação impõem sobre os microfones elétricos atuais.
Os microfones convencionais convertem as ondas sonoras diretamente em energia elétrica através da vibração de um diafragma. Microfones dinâmicos empregam um princípio similar aos dínamos de bicicleta, nos quais um diafragma movimenta uma bobina no interior de um campo magnético. Os microfones condensadores, por sua vez, convertem o som por meio de transferência de carga, passando o sinal para um amplificador.
Em todos eles, o som é transmitido por meio de sinais elétricos, sujeitos a interferências e necessitando operar em ambiente totalmente seco. Quando o som é transmitido por meio de fibras-óticas, entretanto, a umidade não tem nenhum efeito sobre o microfone. "Com o microfone óptico, um feixe de luz gerado por um LED é transmitido através de uma fibra ótica e um conjunto de lentes," explica o Dr. Andreas Bräuer, chefe do Departamento de Microótica daquele Instituto. Este conjunto de componentes ópticos divide o feixe e o foca em uma membrana reflexiva. A luz refletida passa através das lentes para um receptor de fibra-ótica.
A cada mudança no sinal óptico a membrana vibra e seu movimento é convertido em corrente elétrica por um fotodetector remoto. O resultado é a transformação do som em luz modulada. A conversão em sinais elétricos só se dá remotamente, longe do corpo do artista ou apresentador.
Como o microfone óptico pode ser construído sem partes metálicas, ele é totalmente imune à interferência magnética ou eletromagnética. Isto permite a utilização da nova tecnologia em outras aplicações, como em salas de ressonância magnética: pacientes mais ansiosos poderão então manter contato com o médico enquanto se submetem ao exame. Além disso, ferramentas computadorizadas podem ser desenvolvidas para cancelar os ruídos ambientes captados pelo microfone.
O Instituto Franhofer já está em negociações com empresas privadas para o licenciamento e fabricação do novo microfone óptico.