Com informações da NASA - 29/11/2013
Europa, de Júpiter
A maioria do que os cientistas sabem da lua Europa de Júpiter eles aprenderam a partir de uma dúzia de voos rasantes feitos pelas sondas Voyager 2, em 1979, e, principalmente, pela Galileo, na segunda metade da década de 1990.
Mesmo com encontros muito passageiros, foi possível ver um mundo fraturado, coberto de gelo, e com tentadores sinais de um oceano de água líquida sob a superfície.
Um ambiente assim pode ser um local acolhedor para a vida microbiana - no mínimo.
Mas, se formos enviar uma nova sonda espacial, capaz de pousar na superfície de Europa, o que realmente deveríamos procurar e como deveríamos conduzir as pesquisas?
Em busca de respostas, a NASA contratou uma equipe de cientistas especializados para discutir os objetivos científicos de uma missão espacial que pudesse pousar na superfície de Europa.
"Se um dia os seres humanos enviarem uma sonda robótica para a superfície de Europa, nós precisamos saber o que procurar e quais ferramentas ela deveria ter," justificou Robert Pappalardo, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.
Vida em Europa?
A equipe concluiu que as questões mais importantes giram em torno da composição da superfície e da subsuperfície da lua.
O que cria as manchas e as rachaduras avermelhadas sobre a superfície gelada de Europa? Que tipo de química está ocorrendo lá? Existem moléculas orgânicas, que estejam entre os blocos de construção da vida?
Prioridades adicionais, segundo a equipe, envolveriam melhorar as imagens da lua, dando uma olhada detalhada em características em escala humana, para fornecer o contexto para as medições de composição.
Também entre as prioridades estão questões relacionadas com a atividade geológica e a presença de água em estado líquido, as atividades da superfície de Europa, o impacto gravitacional de Júpiter sobre a lua e o que tudo isso poderia ter de impacto sobre o provável oceano de água líquida que parece haver abaixo da superfície.
A esperança dos cientistas é que os materiais na superfície, se possível recolhidos perto das fissuras, possam conter biomarcadores que denunciem se esse oceano realmente está lá - e o que ele contém.
"Ainda há muito a se fazer antes que possamos pousar em Europa, mas estudos como este irão nos ajudar a nos concentrar nas tecnologias necessárias para nos levar até lá, e nos dados necessários para nos ajudar a escolher os possíveis locais de pouso. Europa é hoje o lugar mais provável em nosso Sistema Solar para conter vida, e uma missão que pousasse seria a melhor forma para procurar sinais de vida," disse Pappalardo.
A ESA (Agência Espacial Europeia) está construindo a sonda espacial JUICE, que deverá ser lançada em 2022, para estudar as luas de Júpiter - mas ela não vai pousar.