Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/12/2011
Veleiro solar
O experimento da NASA com uma vela solar, chamada NanoSail-D, terminou espetacularmente com a reentrada da pequena nave na atmosfera.
As velas solares impulsionam as naves usando a força dos fótons do Sol, que incidem sobre uma finíssima película de material reflexivo - a "vela" da nave.
Esse novo tipo de propulsão é visto como promissor para tirar satélites em desuso de órbita, evitando o acúmulo de lixo espacial, ou para levar espaçonaves além do Sistema Solar, aproveitando unicamente a luz do Sol e das estrelas.
Há poucos anos, era fácil encontrar cientistas citando teorias para afirmar que as velas solares não funcionariam.
Tudo começou a mudar com a missão japonesa Ikaros, em todos os sentidos mais avançada do que a NanoSail da NASA - a vela solar Ikaros usou cristais líquidos para controlar a navegação, um mecanismo essencial para qualquer missão prática.
Retirada de lixo espacial
A pequena NanoSail ficou 240 dias navegando ao redor da Terra, demonstrando que o empuxo produzido pelo choque da luz solar contra a vela espacial é suficiente para trazer de volta um satélite no fim da sua vida útil, fazendo-o queimar na atmosfera.
A NanoSail fez isso na prática, queimando-se ela própria nas camadas superiores da atmosfera, e fornecendo dados sobre como e com que velocidade ocorre essa reentrada.
"A missão NanoSail-D produziu uma quantidade muito rica de dados, que serão úteis para entendermos como esse tipo de dispositivo passivo para retirada de naves de órbita reage na atmosfera superior," disse Joe Casas, cientista responsável pelo projeto.
Embora agora já saibam que, no geral, o conceito funciona, os cientistas vão precisar de tempo para analisar esses dados e projetar novos experimentos antes que a propulsão a vela solar seja utilizada na prática.