Com informações do USP Online - 07/01/2012
Fábrica computadorizada
A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP acaba de implantar o FAB LAB SP, um laboratório de fabricação digital vinculado à rede mundial Fabrication Laboratory.
A rede FAB LAB é liderada pelo Center for Bits and Atoms, do MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos.
A produção é realizada por máquinas com Controle Numérico Computadorizado (CNC), que permitem o controle simultâneo de vários eixos, tornando-se uma interface entre o projeto virtual em computador e a sua confecção real.
Inicialmente o laboratório será utilizado pelos alunos de pós-graduação em Arquitetura, e deverá ser aberto à comunidade no segundo semestre.
Revolução dos meios de produção
Em termos práticos, o arquiteto conceitua uma peça de mobília, por exemplo, e uma vez programada com as especificações do projeto, a máquina materializa suas partes, sem que haja necessidade de se operar a máquina manualmente diversas vezes.
Com o crescimento do uso da impressão 3D de objetos, uma das alternativas da fabricação digital, será possível produzir, com a mesma rapidez e custo, não apenas artigos únicos ou protótipos, mas também milhares de peças idênticas.
"Estamos só no começo", destaca o professor Paulo Fonseca de Campos, coordenador do projeto. Para ele, a fabricação digital tem potencial para revolucionar os meios de produção. Mas, para isso, é necessário ir além da aquisição de novos equipamentos.
"Não estamos anunciando aqui novas tecnologias por si só," ressalta. "A vinda das máquinas que compõem o FAB LAB é muito importante, mas não podemos jamais perder de vista o caráter colaborativo da rede FAB LAB e o nosso compromisso em levar essa tecnologia à sociedade", destaca.
Cooperatividade
"A tecnologia da fabricação digital não é a grande novidade, mas sim a cooperatividade", reenfatiza Fonseca.
A rede FAB LAB conjuga mais de 80 pequenos centros de pesquisa e produção que utilizam máquinas com tecnologia CNC para criar objetos, produzir outras máquinas e fazer experimentos.
"A relação entre as FAB LABs é horizontal e em rede, para que o conhecimento transite de todas as formas. Queremos gerar tecnologias que possam coadjuvar processos sociais importantes, no sentido de trabalhar com comunidades que possam assimilar esse conhecimento e convertê-los em uma oportunidade de melhorar a sua qualidade de vida", sintetiza o professor.
A intenção é que os alunos de pós-graduação não apenas aprendam a usar o laboratório, mas sejam multiplicadores dessas novas ferramentas.
O laboratório estará aberto à comunidade em meados de 2012, para que esta possa trocar conhecimento com o meio acadêmico e assim se beneficiar com produtos feitos no laboratório. Fonseca ressalta que essa ponte, a extensão, "é tão importante quanto a pesquisa e o ensino".
"Um exemplo de local que poderia se beneficiar dos recursos do laboratório é a Oficina Ortopédica da Faculdade de Medicina, que produz órteses, próteses e outros equipamentos," completa.