Bruno Bocchini - Agência Brasil - 30/08/2010
Setor eólico brasileiro
As usinas eólicas deverão quintuplicar sua capacidade instalada para geração de energia elétrica no Brasil até 2013.
A previsão é do presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Ricardo de Maya Simões.
O setor de energia eólica venceu a maioria dos lances dos leilões (de energia de reserva e de fontes renováveis) feitos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) esta semana, na capital paulista.
O setor eólico, que hoje tem 744 megawatts (MW) de capacidade instalada no Brasil, e ainda 1.806 MW em processo de instalação, terá mais 2.047 MW até 2013, resultado dos contratos fechados nos leilões, totalizando 4597 MW.
"Hoje está próximo a mil megawatts [de capacidade instalada]. Ano que vem, será 1.300 MW, 2012 teremos 3,1 mil MW, e em 2013 mais cinco 5 mil MW de capacidade instalada", disse Simões.
Descarbonização da economia
Nos dois dias de pregão, iniciado quarta-feira (25), a energia produzida pelas usinas de bagaço de cana (biomassa) foram comercializadas, em média a R$ 144,20 o megawatt-hora (MWh), a energia eólica - a mais barata - a R$ 130,86, e a das pequenas centrais hidrelétricas (PHC) a R$ 141,93 o MWh.
De toda a energia negociada, as usinas eólicas ficaram com 70% (25% com as de biomassa e 5% com as PCH). Para Simões, o avanço do setor pode ser explicado pelo desempenho da economia brasileira diante de um cenário desaquecido da econômica mundial no pós-crise.
"Você tem claramente a economia mundial desaquecida, e o Brasil crescendo a taxas bem interessantes, que faz com que os grandes fabricantes mundiais de máquinas estejam olhando o país como oportunidade da expansão das suas operações. Também vemos que empresariado está entendendo que a descarbonização da economia gera oportunidade de negócios", afirmou.