Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/04/2024
Processador de luz pronto para uso
Engenheiros espanhóis apresentaram um chip fotônico, o primeiro do seu tipo no mundo que é programável e multifuncional, pronto para uso em redes comerciais.
Utilizando luz em lugar de eletricidade, o processador de luz pode ser usado em centrais de dados, no setor de telecomunicações e em infraestruturas associadas a sistemas de computação usados para inteligência artificial.
Os processadores de luz, ou processadores fotônicos, nos quais o processamento é feito inteiro de uma vez só, na velocidade da luz, são tipicamente baseados em guias de onda, uma espécie de "rodovias para a luz", de modo que costumam ser máquinas projetadas para executar uma única função.
Contudo, os primeiros processadores de luz programáveis já começam a aparecer, e este novo chip dá um salto à frente da concorrência.
O chip permite a programação sob demanda e a interconexão de segmentos sem fio e fotônicos de redes de comunicação, evitando a geração de gargalos que podem limitar tanto a capacidade quanto a largura de banda disponível.
"É o primeiro chip do mundo com essas características. Ele pode implementar as doze funcionalidades básicas exigidas por esses sistemas e pode ser programado sob demanda, aumentando assim a eficiência do circuito," disse o professor José Capmany, da Universidade Politécnica de Valência, na Espanha.
Chip que controla antenas
Um diferencial significativo é que o novo chip foi fabricado pela empresa iPRONICS, parceira do projeto, o que significa que, diferentemente de protótipos de laboratório, este já está no padrão industrial e pronto para ser comercializado - segundo a empresa, ele já está sendo testado por empresas de telecomunicações.
Aplicações como 5G ou carros autônomos requerem uma frequência mais elevada, sendo necessária a redução do tamanho das antenas e dos circuitos associados. Visando esses usos, a equipe usou o chip para tornar o conversor por trás de uma antena 5G o mais compacto possível, pronto para suportar as bandas de frequência atuais e futuras.
"Para nós, o desenvolvimento deste chip é um passo crucial porque permitiu a validação dos nossos desenvolvimentos aplicados a um problema crescente, a gestão eficiente dos fluxos de dados em data centers e redes para sistemas de computação de inteligência artificial. Nosso próximo objetivo é dimensionar o chip para atender às necessidades deste segmento de mercado," disse Daniel Pérez-López, da iPronics.