Com informações do ESO - 17/04/2018
Estrela de nêutrons
Imagens obtidas por diversos telescópios, terrestres e espaciais, revelaram uma paisagem rica em estrelas e nuvens de gás brilhante em uma das nossas galáxias vizinhas mais próximas de nós, a Pequena Nuvem de Magalhães.
As imagens permitiram aos astrônomos identificar um corpo estelar muito especial, enterrado no meio de filamentos de gás liberados por uma explosão de supernova cerca de 2.000 anos atrás.
A identidade do objeto - uma estrela de nêutrons isolada, a primeira desse tipo a ser observada - foi traçada pelo telescópio espacial Chandra depois que sua localização foi confirmada pelo instrumento MUSE, instalado no telescópio VLT, no Chile.
Quando as estrelas massivas explodem sob a forma de supernovas, elas deixam para trás uma rede intricada de gás quente e poeira. Estes "restos de supernova" são a chave para a redistribuição dos elementos químicos mais pesados - que são sintetizados pelas estrelas massivas ao longo da sua vida e quando explodem - para o meio interestelar, onde eventualmente formarão novas estrelas e planetas.
Estrela de nêutrons
Com cerca de meros 10 km de diâmetro, mas pesando mais que o nosso Sol, acredita-se que as estrelas de nêutrons isoladas com campo magnético fraco sejam relativamente abundantes no Universo, mas são muito difíceis de encontrar porque que só brilham nos comprimento de onda dos raios X.
Contudo, a identificação desse objeto foi possível graças a observações no visível, mais particularmente de um anel de gás que está se expandindo lentamente no seio de vários outros filamentos de gás e poeira mais velozes, deixados para trás depois da explosão de uma supernova.
"Quando procuramos uma fonte pontual, não podemos esperar melhor do que o Universo desenhar para nós, literalmente, um círculo em torno de onde devemos procurar," comentou o astrônomo Frédéric Vogt.
"Trata-se do primeiro objeto deste tipo a ser encontrado fora da Via Láctea, graças ao MUSE. Acreditamos que este trabalho pode abrir novas vias na descoberta e estudo destes restos estelares tão elusivos," acrescentou sua colega Liz Bartlett.