Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/05/2019
Transístor monoatômico
O grafeno, a molibdenita e toda a grande família de materiais monoatômicos estão entre os mais promissores para uso na eletrônica, mas fabricar componentes eletrônicos a partir de folhas com apenas uma camada atômica de espessura ainda é um desafio.
Mas um desafio que pode ser vencido, conforme demonstraram Younghun Jung e colegas da Universidade de Colúmbia, nos EUA.
Jung desenvolveu um processo de fabricação completamente limpo, que permitiu manipular as folhas de molibdenita sem impurezas e sem danificar as delicadas estruturas, gerando componentes de forma consistente, ou seja, sem grande variabilidade de uma unidade para outra.
Transístor quase ideal
Os contatos metálicos são fabricados primeiro, incorporando o metal no isolante nitreto de boro hexagonal (h-BN). A seguir, a estrutura é depositada sobre a camada de contato do semicondutor 2D - disseleneto de tungstênio (WSe2) -, que foi mantido intocado dentro de uma câmara com ambiente de nitrogênio.
Este processo evitou os danos induzidos pela metalização direta, fornecendo simultaneamente um encapsulamento para proteger o componente - a camada isolante de h-BN.
O resultado é o que a equipe chama de um "transístor 2D quase ideal", ou seja, que tira o maior proveito do semicondutor bidimensional.
"O desenvolvimento de componentes 2D de alto desempenho requer avanços nos materiais semicondutores dos quais são feitos. Ferramentas mais precisas como a nossa permitirão construir estruturas mais complexas com funcionalidade potencialmente maior e melhor desempenho," disse o professor James Teherani.