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Eletrônica

Transístor de grafeno abre caminho para processadores reconfiguráveis

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/01/2013

Transístor de grafeno reversível abre caminho para processadores reconfiguráveis
O componente tem uma arquitetura diferenciada, com dois eletrodos e duas portas dispostas sobre uma folha de grafeno.
[Imagem: NIMS]

Positivo ou negativo

Os transistores, os elementos básicos dos computadores e de toda a eletrônica, são fabricados em dois sabores.

São necessários transistores do tipo p (positivo) e transistores do tipo n (negativo) para construir os circuitos lógicos que formam os processadores e todos os chips.

Por exemplo, recentemente engenheiros do MIT conseguiram fabricar um transistor tipo p quatro vezes mais rápido do que os atuais - agora eles estão tentando fazer o mesmo com um tipo n para que a novidade possa chegar aos processadores.

Mas nenhuma barreira parece ser alta o suficiente para o "material maravilha", o grafeno, que acaba de se tornar responsável por mais um feito inédito na eletrônica: um transístor que pode ser p ou n, dependendo da necessidade.

Transístor reversível

Cientistas japoneses fabricaram um transístor de grafeno cuja polaridade pode ser revertida pela simples aplicação de uma corrente elétrica.

O feito inédito significa que um transístor tipo p pode ser convertido em um transístor tipo n à vontade, conforme a necessidade do circuito.

O transístor chaveável de grafeno foi construído pela equipe do Dr. Naoki Yokoyama, do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Avançadas (AIST, na sigla em inglês) do Japão.

O componente tem uma arquitetura diferenciada, com dois eletrodos e duas portas dispostas sobre uma folha de grafeno.

Para que o grafeno funcionasse como semicondutor, os pesquisadores criaram defeitos em sua estrutura usando um feixe de íons de hélio.

Ao contrário dos transistores normais, o transístor de polaridade reversível precisa de duas tensões diferentes aplicadas em suas duas portas superiores.

Processadores configuráveis

Apesar de usar a tradicional tecnologia CMOS, o componente ainda é experimental, e terá um longo caminho antes de chegar aos processadores: ele ainda é lento, operando na faixa dos kHz, e funcionou bem apenas a -73°C.

Mas a demonstração do conceito chamou a atenção da comunidade científica ao mostrar novas possibilidades de uso do grafeno, que está obtendo suporte para novas pesquisas em todo o mundo.

E o novo paradigma inaugurado pelos pesquisadores japoneses certamente certamente vale uma olhada com mais detalhes.

Um transístor de polaridade reversível poderá permitir nada menos do que a construção de processadores configuráveis em tempo de execução, cujos circuitos possam ser arranjados de forma a otimizar o processamento de cada tipo de problema em particular.

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