Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/08/2016
Tela que estica
Um touchpad que pode ser esticado e se conforma perfeitamente a superfícies irregulares pode oferecer alternativas às telas sensíveis ao toque para atividades que vão dos jogos eletrônicos à anotação de pequenos recados ou rascunhar desenhos.
O dispositivo continua funcionando mesmo quando é esticado para mais de 1.000% de sua área normal, o que é promissor para o uso de grandes superfícies para interação entre vários usuários ou para fazer desenhos maiores ou escrever textos mais longos. Versões similares, que transformam a pele em um touchpad, são limitadas à área da mão ou do braço.
Embora vários tipos de condutores - nanotubos de carbono e nanofios metálicos, por exemplo - venham sendo explorados para a construção de touchpads elásticos para computadores de vestir, todos são baseados em materiais duros, que limitam a qualidade do resultado final.
Interface de hidrogel
Para resolver essa deficiência, Chong-Chan Kim e seus colegas da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul, desenvolveram um touchpad feito de hidrogel, uma rede de polímeros hidrofílicos que são muito macios, flexíveis e podem ser esticados.
Eles usaram um hidrogel de poliacrilamida contendo sais de cloreto de lítio, que agem como condutor elétrico e ajudam a manter a água no hidrogel.
Eletrodos nas extremidades da folha de hidrogel mantêm o material energizado, criando um campo eletrostático uniforme em todo o painel. Quando um dedo toca na superfície, fecha-se o circuito dentro do hidrogel, permitindo que a corrente flua das duas extremidades até o ponto do toque, o que é monitorado por sensores localizados nos cantos dos eletrodos.
Kim desenvolveu também uma placa controladora, que facilita a comunicação entre o painel de toque iônico e o computador.
Antissecante
A equipe demonstrou a funcionalidade do touchpad flexível fazendo desenhos simples, escrevendo palavras, tocando um simulador de piano e em vários jogos, como Angry Birds.
Contudo, ainda há trabalho a ser feito. Após 100 ciclos de uso, a resistência do dispositivo começa a aumentar ligeiramente, o que os pesquisadores acreditam se dever à evaporação da água do gel. Eles agora vão trabalhar em um revestimento que possa oferecer uma solução para essa deficiência.