Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/06/2013
Depois do susto que o asteroide DA14 pregou em todo o mundo, passando abaixo da órbita dos satélites de comunicação, parece que qualquer plano é bem-vindo para tentar desviar os pedregulhos espaciais.
A NASA já tem planos para desviar um asteroide duplo como treinamento, sobretudo tendo em vista a aproximação ameaçadora do Apophis em 2029.
Além da tradicional força-bruta, a técnica mais difundida para desviar asteroides é o chamado raio trator espacial.
Mas, como não há conclusões definitivas sobre o que fazer no caso de uma ameaça iminente, a NASA decidiu pedir a todo o mundo que dê ideias sobre como lidar com asteroides ameaçadores.
Pintando um asteroide
O professor Dave Hyland, da Universidade do Texas, acredita que dá para fazer o trabalho de uma forma muito mais simples e inusitada: usando tinta.
Para Hyland, é possível desviar um asteroide em rota de colisão com a Terra usando uma técnica chamada "aplicação de pó tribocomprimido" - em termos mais simples, pintando o asteroide.
A ideia é que a tinta altere a quantidade de luz do Sol que o asteroide reflete, alterando o chamado efeito Yarkovsky, um pequeno "empurrão" que um asteroide sofre quando absorve a luz solar e emite calor.
Conforme o asteroide gira, o lado iluminado é mais quente do que o lado escuro, emitindo mais fótons termais. Como cada fóton possui um pequeno momento, o aquecimento desigual do asteroide resulta em uma força líquida.
Quando o asteroide for pintado com uma tinta adequada, essa tinta deverá alterar o empuxo gerado, desviando o asteroide.
Mas não vai dar para usar tinta comprado na loja de materiais de construção: "Não pode ser uma tinta à base de água ou à base de óleo, porque ela provavelmente explodiria em poucos segundos no espaço," alerta Hyland.
"Mas uma forma de tinta em pó pode ser utilizada para empoeirar o asteroide, e o Sol faz o resto. Ele cura a tinta para produzir um revestimento liso, alterando o aquecimento desigual do asteroide para que ele seja forçado a sair de seu percurso, indo para uma órbita mais elevada ou mais baixa, desviando da Terra," defende o pesquisador.
"Eu tenho que admitir que o conceito soa estranho, mas as chances de que tal plano seja bem-sucedido são muito elevadas, e seria relativamente barato. A ciência por trás da teoria é sólida. Nós precisamos testá-la no espaço," defende Hyland.
A NASA parece ter-se convencido, já tendo convidado o pesquisador a detalhar a ideia e, sobretudo, o que seria necessário levar para o espaço.