Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/06/2013
Tinta de metal líquido
A eletrônica flexível promete não apenas pegar no seu pé, e dar mais sensibilidade às mãos dos cirurgiões, como também criar peles eletrônicas ativas, capazes de monitorar a saúde.
Tudo isto está sendo possível graças à eletrônica orgânica, que substitui o silício por componentes à base de carbono, criando circuitos eletrônicos impressos sobre plásticos flexíveis e transparentes.
Yang Yu e seus colegas da Universidade Tsinghua, na China, resolveram simplificar toda essa abordagem, tornando-a ainda mais flexível, tanto no aspecto físico, quanto nas possibilidades de aplicações.
Para isso, os pesquisadores usaram uma tinta feita com metal líquido para imprimir os circuitos eletrônicos diretamente sobre a pele.
Os protótipos de demonstração mostraram-se capazes de monitorar sinais cardíacos com alta precisão, mas os pesquisadores afirmam que eles já têm tudo o que é necessário para acompanhar vários outros sinais vitais, como a atividade muscular e até cerebral.
Tatuagem eletrônica
Hoje, os sinais vitais são detectados usando um gel condutor, que transmite os sinais elétricos da pele para o eletrodo, uma peça metálica rígida que é colada na pele do paciente e ligada ao monitor.
Yu e seus colegas substituíram tudo imprimindo o circuito eletrônico completo diretamente sobre a pele - o circuito transmite os dados para o monitor por uma conexão sem fios.
A tinta metálica foi fabricada com um metal líquido à base do semicondutor gálio, que adere à pele sem dor.
O sistema é mais adequado para um monitoramento de longo prazo, como os exames que monitoram a atividade cardíaca durante os afazeres normais do paciente, já que os eletrodos não se soltam como aqueles colados com adesivos - para remover a tinta eletrônica é precisar usar álcool.
Segundo Yu, a tinta pode ser usada para pintar um circuito de monitoramento no corpo inteiro do paciente, de forma similar a uma tatuagem, com a vantagem de poder ser rapidamente removida quando não for mais necessária.
Antes de colocar sua criação à disposição dos médicos, os pesquisadores terão que submeter sua tinta eletrônica a testes de toxicidade, para verificar se ela não oferece riscos de ser absorvida pela pele - atualmente, ligas de gálio já são usadas em tratamentos dentários.