Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/10/2013
Que tal transformar o aquecimento, sobretudo o local, em uma nova fonte de energia?
Esta é a ideia por trás de uma termocélula, um componente capaz de gerar energia a partir da diferença de temperatura entre duas superfícies.
O conceito é antigo e já usado comercialmente, mas nunca atingiu o rendimento e a flexibilidade que poderiam viabilizar sua adoção em escala global.
Agora, Theodore Abraham e seus colegas da Universidade Monash, na Austrália, apresentaram uma nova termocélula com praticamente todos os requisitos para operar em escala industrial - recolhendo o calor das chaminés, por exemplo.
A nova termocélula, feita com líquidos iônicos, pode ser usada para gerar eletricidade a partir do "vapor sujo" que sai das usinas termoelétricas a carvão, em temperaturas em torno de 130° C.
Para isso, o vapor deve passar através da superfície externa de um dos eletrodos da célula, para mantê-lo quente, enquanto o outro eletrodo permanece em contato com o ar ambiente ou com água de refrigeração.
"Verificamos que ela funciona em temperaturas elevadas típicas de importantes fontes de calor, em oposição aos sistemas à base de água, que não operam a temperaturas acima dos 100 graus Celsius," disse o professor Douglas MacFarlane.
"A termocélula é uma alternativa de uma concepção flexível, barata e adequada para aproveitar o calor excedente na faixa dos 100 a 200 graus Celsius," completou.
Tão importante quanto a flexibilidade, a nova célula termoelétrica apresentou o rendimento mais elevado já registrado até hoje para o aproveitamento dessa faixa de temperatura.