Com informações da BBC - 12/07/2022
Universo antigo
As agências espaciais do Canadá, Europa e Estados Unidos apresentaram a primeira imagem já processada digitalmente feita pelo novo telescópio espacial James Webb.
Ela é considerada a visão mais profunda e detalhada do Universo, mostrando luzes que levaram bilhões de anos para chegar até nós.
Ao contrário do telescópio espacial Hubble, que faz imagens em luz visível, o James Webb captura a radiação infravermelha, ou calor, que consegue atravessar as nuvens de poeira Universo afora, chegando mais nítida até nós.
Apesar dessa diferença, o James Webb, lançado em 25 de dezembro do ano passado e que custou US$ 11 bilhões (cerca de R$ 58,3 bilhões), será o sucessor natural do famoso telescópio espacial Hubble, que já ultrapassou largamente seu tempo de vida esperado.
Mas, mais do que ver mais longe, há uma grande expectativa sobre as imagens que o Webb deverá fazer de planetas extrassolares, ou exoplanetas, aqueles que orbitam outras estrelas.
De fato, o telescópio poderá fazer a primeira imagem direta de um exoplaneta.
Lente gravitacional
A imagem mostra um aglomerado de galáxias na constelação do Peixe Voador, no Hemisfério Sul, catalogado como SMACS 0723.
Esse aglomerado em si está a cerca de 4,6 bilhões de anos-luz de distância. Mas o Webb conseguiu detectar a forma distorcida (os arcos vermelhos) de galáxias que existiam apenas 600 milhões de anos após o Big Bang (o Universo tem 13,8 bilhões de anos).
Isto é possível graças ao efeito de lente gravitacional, quando a grande massa do aglomerado de galáxias curva e amplia a luz de objetos que estão muito mais distantes e, via de regra, atrás das galáxias que vemos diretamente.
Vendo o passado
Os astrônomos acreditam que, pela qualidade dos dados produzidos até agora, será possível ver coisas além do objeto mais distante nesta primeira imagem.
Na verdade os astrônomos já estão de posse de várias outras imagens já processadas, que deverão ser divulgadas nesta terça-feira.