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Telescópio Hubble começa a fazer censo da matéria escura

Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/10/2011

Telescópio Hubble começa a fazer censo da matéria escura
O formato aparentemente distorcido das galáxias mais distantes no plano de fundo é atribuído à matéria escura.
[Imagem: NASA/ESA/M. Postman(STScI)/CLASH]

Censo do Universo escuro

O Telescópio Espacial Hubble começou uma extensa campanha de observações cujo objetivo é fazer um mapa da matéria escura com um nível de detalhamento sem precedentes.

Esta primeira imagem é do aglomerado de galáxias MACS J1206.2-0847.

O formato aparentemente distorcido das galáxias mais distantes no plano de fundo é atribuído à matéria escura, cuja gravidade curva e distorce os raios de luz emitidos por essas galáxias.

Os mapas da matéria escura são necessários para avaliar observações anteriores que causaram muita surpresa, indicando que a matéria escura poderia ser mais densa no interior desses aglomerados de galáxias.

Os resultados também indicam que as galáxias podem ter começado a se aglomerar antes do que se acreditava possível.

Enquanto a matéria comum, também chamada matéria bariônica, compõe apenas 4% do Universo, calcula-se que 22% seja composto por matéria escura e 76% por energia escura escura.

Lente gravitacional

O programa CLASH (Cluster Lensing And Supernova survey with Hubble) vai observar 25 aglomerados de galáxias - até agora apenas seis foram monitorados.

O termo lensing refere-se ao efeito lente que a gravidade de corpos celestes - neste caso, da matéria escura - exerce sobre a luz.

Como a teoria da relatividade estabelece o efeito da gravidade sobre o tecido do espaço-tempo, os astrônomos rastreiam a matéria escura por seus efeitos gravitacionais sobre os corpos celestes de matéria ordinária - essencialmente medindo a distorção da luz de estrelas e galáxias muito distantes.

O efeito lente de um aglomerado de galáxias é tão grande que resulta em múltiplas imagens do mesmo objeto, como se pode ver na imagem feita pelo Hubble.

Estas distorções são vistas como indícios de que o componente principal da massa dos aglomerados galácticos é a matéria escura - as distorções seriam muito menores se lá houvesse apenas matéria bariônica.

Mas ainda há muita controvérsia entre os estudiosos sobre a matéria e a energia escuras. Enquanto alguns afirmam que a existência da matéria escura está comprovada, outros lançam dúvidas sobre a existência desse "lado escuro do Universo".

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