Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/01/2014
Energia solar à noite
Quando se fala em energia solar, todos se lembram do seu grande inconveniente: a energia só é gerada durante o dia, e precisa ser armazenada de alguma forma para ser usada à noite.
O problema será muito maior quando se tratar de abastecer estações tripuladas na Lua.
A noite lunar dura 14 dias terrestres, período no qual as temperaturas chegam a -150 º C.
Isso complica o movimento de veículos e o funcionamento de equipamentos em uma estação lunar, o que exigiria o transporte de pesadas baterias da Terra ou o uso da energia nuclear - contudo, mesmo usando uma fonte de radioisótopos, o robô chinês Yutu precisa ser desligado durante a noite lunar.
Agora, uma equipe de pesquisadores da Universidade Politécnica da Catalunha, na Espanha, apresentou duas opções para armazenar a energia solar produzida na Lua durante o dia para uso durante suas longas noites.
Energia térmica
"O primeiro sistema consiste em modificar fragmentos de regolito, o solo lunar, incorporando elementos como o alumínio, por exemplo, de tal forma que ele se torne uma massa térmica," explica Ricard Gonzalez-Cinca, um dos autores das propostas.
Essa massa térmica seria aquecida pelo Sol durante o dia, e o calor seria usado para gerar eletricidade durante a noite.
O segundo sistema é similar, mas mais sofisticado, incorporando um conjunto de espelhos e um motor térmico.
Os espelhos são refletores de Fresnel, como os usados em algumas tecnologias de energia solar na Terra, que concentram os raios solares sobre um tubo cheio de líquido.
O calor converte o líquido em um gás, que é então usado para aquecer a massa térmica. Depois, durante a longa noite lunar, o calor é transferido para um motor Stirling para produzir eletricidade.
"Este sistema é melhor equipado do que o modelo anterior para projetos lunares com maiores necessidades de energia, como uma missão tripulada que precise passar a noite na Lua," disse Gonzalez-Cinca.
A NASA já apresentou planos para usar um motor Stirling para impulsionar naves, mas ele seria alimentado por plutônio, e não por energia solar.
A propósito, a NASA andava totalmente desinteressada na Lua, mas as coisas podem mudar com os programas espaciais da China, Índia e Japão, que já anunciaram planos de enviar missões tripuladas ao satélite.