Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/09/2011
Full-duplex
Pesquisadores afirmam ter descoberto uma forma de dobrar a taxa de transferência das redes de telefonia celular sem a necessidade de adicionar nenhuma antena.
A nova tecnologia full-duplex permite que equipamentos sem fios, como celulares e modems, 3G "falem" e "ouçam" simultaneamente com as torres de comunicação - e na mesma frequência.
Hoje a comunicação full-duplex das redes de telefonia celular usa duas frequências diferentes, uma para que o celular "fale" e outra para que ele "escute".
Com isto, a nova tecnologia permite economizar a metade das frequências utilizadas - na prática, a rede poderá dobrar a capacidade usando apenas as antenas já instaladas.
Sinal 10 vezes melhor
"Nossa solução exige um mínimo de hardware novo, tanto para os aparelhos móveis como para a rede. É por isso que nossos resultados chamaram a atenção de todas as empresas de telecomunicações do mundo," exagera um pouco Ashutosh Sabharwal, professor da Universidade Rice, nos Estados Unidos.
"A principal mudança necessária será o desenvolvimento de novos padrões wireless para full-duplex. Eu acredito que as pessoas poderão começar a ver isto quando as concessionárias começarem a atualizar suas redes para 4,5G ou 5G, em alguns anos," desacelera ele.
Mas os experimentos são realmente entusiasmantes: o grupo conseguiu uma qualidade de sinal 10 vezes melhor do que qualquer demonstração em tempo real feita anteriormente.
Assim, não apenas há um ganho de banda, como também a comunicação é feita de maneira confiável.
Efeito local
A comunicação full-duplex na mesma frequência foi obtida com a adição de mais uma antena ao aparelho móvel e de um circuito adicional.
Segundo os pesquisadores, esse hardware poderá ser simplesmente adicionado aos aparelhos atuais, garantindo compatibilidade com o sistema atual de comunicação.
"Nós enviamos dois sinais de tal forma que eles se cancelam mutuamente na antena de recepção, no dispositivo que ouve," explica Sabharwal. "O efeito de cancelamento é puramente local, assim o outro nó continua ouvindo o que estamos transmitindo."