Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/11/2015
Estratégia para combustível limpo
Equipes de todo o mundo estão trabalhando duro em busca de um método barato para gerar combustível limpo.
Uma ideia interessante é usar a energia solar para quebrar as moléculas de água em hidrogênio e oxigênio e, em seguida, usar o hidrogênio como combustível - usado em uma célula a combustível, o hidrogênio gera eletricidade e o único resíduo é novamente água.
Mas quebrar a água em seus elementos constituintes de forma eficiente não tem-se mostrado uma tarefa fácil.
Agora, uma equipe da Universidade de Wisconsin, nos EUA, deu uma contribuição importante para esse esforço. Além de melhorar a eficiência dos processos envolvidos, eles desenvolveram uma nova ferramenta conceitual que pode ser aplicada de forma mais ampla nas diversas técnicas usadas para quebrar a água usando a luz solar.
Tae Woo Kim e seus colegas descobriram uma maneira de aumentar a eficiência com que um eletrodo usado para a separação da água absorve os fótons solares - e, ao mesmo tempo, melhorar o fluxo de elétrons de um eletrodo para o outro, para que energia seja aproveitada.
"Nosso estudo irá incentivar pesquisadores da área a desenvolver maneiras de melhorar múltiplos processos utilizando um único tratamento," disse a professora Kyoung-Shin Choi, orientadora da equipe. "Portanto, não se trata apenas da obtenção de uma maior eficiência, trata-se de oferecer uma estratégia para esse campo de pesquisas."
Nitrogênio e elétrons
Quando se constrói um eletrodo para capturar a luz do Sol, o objetivo é obter o máximo do espectro solar para excitar os elétrons no eletrodo, de forma que eles se desloquem de um estado para outro e fiquem disponíveis para a reação de decomposição da água. Igualmente importante, mas um problema inteiramente diferente, os elétrons precisam mover-se facilmente do eletrodo para um contra-eletrodo, criando um fluxo de corrente.
Até agora, eram necessárias manipulações distintas no material para aumentar a absorção dos fótons e o movimento dos elétrons.
A equipe descobriu que os dois problemas podem ser abordados conjuntamente aquecendo um eletrodo feito de vanadato de bismuto (BiVO4) a 350 graus Celsius enquanto se força sobre ele um fluxo de nitrogênio.
O resultado foi um aumento notável tanto na absorção dos fótons do Sol - o primeiro problema -, quanto no transporte dos elétrons - o segundo problema.
Tudo aparentemente devido a "defeitos" na estrutura do eletrodo gerados na absorção do nitrogênio. E esse nitrogênio ainda reduz a energia necessária para energizar os elétrons até o estado em que eles ajudam a quebrar as moléculas de água.
Agora é esperar que a técnica seja incorporada por todas as diferentes linhas de pesquisa envolvendo a produção de hidrogênio com energia solar, e ver qual delas produz o melhor resultado.