Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/02/2012
Feltro de energia
Os materiais termoelétricos e sua capacidade para gerar eletricidade a partir de um diferencial de temperatura estão nas manchetes há algum tempo, com promessas como geladeiras de estado sólido e resfriamento de processadores.
Corey Hewitt, da Universidade Wake Forest, nos Estados Unidos, agora deu uma "amaciada" na tecnologia termoelétrica.
Ele criou um material termoelétrico flexível, parecido com um tecido, já batizado de "feltro de energia" (Power Felt).
Sendo macio e flexível, Hewitt acredita poder usar seu novo material para gerar eletricidade aproveitando o calor do corpo humano, e usar essa energia para recarregar a bateria de celulares e tocadores de MP3.
Tecido termoelétrico
O "tecido termoelétrico" é composto por nanotubos de carbono incorporados em fibras de plástico flexível.
Estas fibras, por sua vez, são trançadas para formar um tecido. Como o rendimento de cada "pano" é muito pequeno, são empilhadas diversas camadas para compor o feltro.
O pesquisador propõe usar seu feltro gerador de energia para revestir o assento ou o cano do escapamento dos carros, para aproveitar o calor nos telhados, ou nas roupas, para que o usuário utilize a energia gerada da forma que achar mais útil.
"Nós desperdiçamos um bocado de energia na forma de calor. Por exemplo, recapturar o calor do escapamento de um carro pode ajudar a melhorar o consumo e alimentar o rádio, ar condicionado ou sistema de navegação," diz Hewitt.
Nano-rendimento
Muitos outros compartilham desse entusiasmo, mas o rendimento dos materiais termoelétricos ainda é baixo - e os melhores podem custar até U$1.000 o quilograma.
O feltro de energia criado por Hewitt, por exemplo, composto por 72 camadas empilhadas, gera 140 nanowatts de eletricidade.
É possível aumentar essa potência colocando mais camadas - mas ao custo de perder a flexibilidade do "feltro".
Os nanogeradores piezoelétricos - outra tecnologia para a colheita de energia, e que também ainda tem um longo caminho pela frente até chegar ao mercado - já operam na faixa dos microwatts, usando apenas a respiração humana.