Tecido térmico aquece até 30°C em 10 minutos sob o Sol

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/01/2025

O tecido muda de cor ao aquecer e pode ser esticado em até 5 vezes seu tamanho original.
[Imagem: Fangqing Ge et al. - 10.1007/s42114-024-00994-4]

Roupa térmica

Nanopartículas especiais, incorporadas dentro de fibras têxteis, permitiram fabricar um tecido que se aquece drasticamente ao ser exposto ao Sol, muito mais do que seria de se esperar apenas pelo efeito termossolar comum.

A ideia é usar esses tecidos para fabricar roupas leves, mas que efetivamente ajudem a manter as pessoas aquecidas no inverno. Mantas para aquecimento em situações de resgate é outra possibilidade de aplicação.

Já existem algumas roupas aquecidas ativamente, mas elas tipicamente dependem de elementos de aquecimento de metal ou cerâmica, semelhantes a uma resistência de chuveiro, só que de potência muito menor. Elas aquecem, mas dependem de uma fonte de energia, geralmente uma bateria, o que pode representar riscos à segurança dos usuários.

Este novo tecido incorpora nanopartículas de polímero condutor que podem aquecer até 30 °C quando expostas à luz solar. E esse ganho de temperatura é muito rápido, em cerca de apenas 10 minutos.

O projeto não requer energia externa e também pode mudar de cor para permitir um monitoramento visual das flutuações de temperatura.

"A mágica por trás da mudança de cor sensível à temperatura está na combinação de nanopartículas incorporadas nas fibras de polímero," disse o professor Yuning Li, que projetou os tecidos com colegas das universidades de Waterloo (Canadá) e Jiangnan (China). "As nanopartículas são ativadas pela luz solar, permitindo que o tecido absorva calor e o converta em aquecimento."

O processo é escalonável e o tecido termossolar já apresenta uma durabilidade muito boa.
[Imagem: Fangqing Ge et al. - 10.1007/s42114-024-00994-4]

Tecido termossolar

As fibras de aquecimento são criadas usando um processo de fiação úmida, na qual nanopartículas de polianilina e de polidopamina são combinadas para aumentar a absorção de luz e melhorar a conversão fototérmica.

Um poliuretano termoplástico serve como matriz de fiação, enquanto a adição de corantes termocrômicos permite criar o recurso de mudança de cor reversível. A fibra resultante pode ser tecida por métodos industriais tradicionais.

Além de sua capacidade de mudança de temperatura, o novo tecido pode esticar até cinco vezes seu tamanho original.

A durabilidade também já é muito boa para uma primeira versão de laboratório, podendo suportar até duas dúzias de lavagens, sem perda da função de fotoaquecimento ou da capacidade de mudança de cor para monitoramento da temperatura.

A equipe agora está explorando alternativas mais econômicas à polidopamina para tornar a tecnologia de tecido inteligente mais acessível. Os desenvolvimentos futuros se concentrarão em escalonar o processo de produção e reduzir custos sem comprometer as propriedades já obtidas.

"Nós priorizamos a durabilidade, garantindo que o tecido possa suportar o uso repetido e a exposição ambiental, mantendo suas propriedades inovadoras," disse Li.

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