Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/11/2020
Tecido de carbono para reforço estrutural
Engenheiros coreanos desenvolveram um método de reforço estrutural que usa um tecido à base de carbono junto com a argamassa e o cimento.
A composição não apenas dobra a capacidade de carga das estruturas de concreto, como também permite aumentar sua vida útil em três vezes.
A equipe está de olho sobretudo na recuperação de grandes obras civis, como pontes, viadutos, túneis e mesmo edifícios, cujo tempo de vida útil esteja se aproximando do final.
Já existem folhas de fibras de carbono para reforçar estruturas de concreto deterioradas, mas seu uso é restrito porque exige a aplicação de colas orgânicas, que são combustíveis e não podem ser aplicadas em superfícies sujeitas à água.
O novo método, por sua vez, usa painéis finos que a equipe batizou de "argamassa pré-moldada têxtil reforçada", constituídos por uma malha têxtil de carbono e uma fina camada de argamassa de cimento. Apesar do nome, o método de reforço também pode ser aplicado no local, conformando o painel à estrutura existente.
À prova de água e de fogo
Com cerca de 20 milímetros de espessura, os painéis são grampeados na superfície da estrutura de concreto e então o espaço entre a estrutura e o painel é preenchido com cimento, que funciona como adesivo, dispensando as colas orgânicas.
Com isso, todo o reforço mantém-se à prova de fogo e de água, além de a obra de recuperação custar 40% menos do que uma recuperação feita com os atuais painéis de fibra de carbono.
Finalmente, ao contrário das barras de reforço de aço, o tecido de carbono não sofre corrosão e, portanto, pode ser usado para fortalecer edifícios, rodovias e outras estruturas nas zonas litorâneas, sujeitas à maresia.
"Para facilitar a produção e o transporte, os painéis são fabricados em um tamanho relativamente pequeno, de 1 m por 2 m, podendo ser conectados no local da construção. Um método para conectar efetivamente os painéis está sendo desenvolvido atualmente, e os testes de desempenho do método serão conduzidos até o final de 2020," disse o professor Hyeong-Yeol Kim, do Instituto Coreano de Engenharia Civil e Tecnologia de Construção (KICT).