Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/08/2021
Táxi voador
Os carros voadores parecem nunca ter saído do reino da ficção, mas basta mudar o enfoque para que a coisa comece a fazer sentido.
Um táxi aéreo de baixo custo - certamente mais caro do que um transporte por aplicativo, mas mais barato do que um helicóptero - está fazendo explodir o interesse nos veículos do tipo VTOL, sigla em inglês para veículo de decolagem e pouso verticais (Vertical Take-Off and Landing).
A brasileira Embraer já apresentou seu conceito de táxi aéreo urbano, assim como todas as grandes fabricantes aeronáuticas e uma infinidade de startups.
Mas o conceito da Jetoptera, chamado J-2000, merece uma atenção especial.
Sistema de propulsão fluídica
Praticamente todos os conceitos de táxi aéreo são como drones com esteroides, usando hélices, livres ou em dutos, colocados fora da fuselagem principal.
O J-2000 é diferente: Ele usa um novo sistema de propulsão que a empresa chama de "sistema de propulsão fluídica". O mecanismo é semelhante ao dos ventiladores sem hélices que já estão no mercado há algum tempo, que dispensam as tradicionais pás giratórias.
O propulsor tem pás internas, obviamente, mas de forma a aproveitar a dinâmica dos fluidos - neste caso o fluido é o ar - para absorver um fluxo pequeno de ar comprimido, que é então usado para sugar um fluxo muito maior de ar ambiente, criando um fluxo de altíssima velocidade.
O veloz fluxo de ar é direcionado para trás, sobre a superfície em forma de asa do táxi aéreo e ao redor de um anel que compõe o sistema, criando aí uma pressão negativa, permitindo que o avião ganhe sustentação e se eleve. Adicionalmente, este diferencial de pressão é cancelado em zonas de pressão negativa iguais ao redor do anel, criando um vórtice de baixa pressão no centro do anel, que puxa o ar ambiente, impulsionando a aeronave para a frente.
À espera de baterias melhores
O conceito do J-2000 é elétrico, devendo ser alimentado por baterias.
Mas, para fazer toda essa tecnologia fluídica funcionar, serão necessárias baterias que forneçam 1.500 watts-hora por quilograma (Wh/kg). O problema é que as baterias atuais não chegam aos 300 Wh/kg.
Como a empresa tem pressa, prometendo os primeiros voos em Paris e Cingapura dentro de dois anos, os primeiros exemplares do táxi aéreo serão movidos por um sistema turboeixo comum.