Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/06/2009
É quase tão difícil encontrar um novo elemento químico quanto dar-lhe um nome. A União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC, em inglês), acaba de aprovar a inclusão do 112º elemento na Tabela Periódica, quase quatro anos depois de sua descoberta.
Ainda assim, a Tabela Periódica terá que ter uma atualização provisória, em que a posição 112 será ocupada pelo símbolo Uub, uma abreviatura de unúmbio (ununbium), a palavra latina para o número 112. O processo para batizar o novo elemento ainda prosseguirá.
Superpesado e instável
O novo elemento é superpesado e altamente instável, com cada um dos seus átomos produzidos artificialmente durando apenas alguns milionésimos de segundo. O elemento mais pesado de ocorrência natural é o urânio, com número atômico 92. Todas as posições seguintes na Tabela Periódica são ocupadas por elementos artificiais.
A demora na aceitação do novo elemento químico se justifica: era necessário que pesquisadores independentes verificassem a validade do experimento que o criou. E, até agora, apenas quatro átomos do unúmbio foram observados experimentalmente.
Fusão de núcleos atômicos
O unúmbio foi descoberto pela equipe do Dr. Sigurd Hoffman, do Centro para Pesquisa de Íons Pesados em Darmstadt, na Alemanha, o mesmo que descobriu o elemento 110.
Para criar o elemento 112, a equipe de Hoffman usou um acelerador de partículas de 120 metros de comprimento, que lançou um fluxo de íons de zinco contra átomos de chumbo. Os núcleos dos dois elementos se fundiram para formar o núcleo do novo elemento.
Os núcleos atômicos muito grandes e pesados são também muito instáveis. Eles começam a se desintegrar pouco depois de formados, liberando energia. É medindo esta energia dissipada que os cientistas descobrem o tamanho do núcleo que acaba de ser criado e que está se desfazendo.
Busca por novos elementos químicos
Atualmente existem equipes de pesquisadores na Rússia, nos Estados Unidos e no Japão trabalhando exclusivamente na busca por novos elementos químicos, cada vez mais pesados.
O grande desafio é que os experimentos resultam em poucas fusões bem-sucedidas. A saída é utilizar aceleradores de partículas cada vez maiores e mais poderosos para tentar descobrir elementos cada vez mais instáveis.