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Eletrônica

Superímã a temperatura ambiente promete descongelar a computação quântica

Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/09/2023

Superímã a temperatura ambiente promete descongelar a computação quântica
O professor El-Gendy mostra o magnetismo do novo material criado para a computação quântica.
[Imagem: University of Texas at El Paso]

Tirando os computadores quânticos do frio

Como os fenômenos quânticos são extremamente sensíveis ao ambiente, praticamente todas as tecnologias que os exploram precisam funcionar em temperaturas criogênicas.

É por isso que os "gabinetes" dos computadores quânticos são na verdade equipamentos complexos e caros, chamados refrigeradores de diluição, que congelam qualquer coisa até próximo do zero absoluto.

Agora, físicos acreditam ter dado um salto quântico nesse aspecto.

Yohannes Getahun e colegas da Universidade do Texas em El Paso desenvolveram um material altamente magnético - 100 vezes mais magnético do que a magnetita - que funciona em temperatura ambiente.

É claro que há ímãs a temperatura ambiente por todos os lados, mas os computadores quânticos precisam de propriedades magnéticas tão fortes que elas só podem ser mantidas estáveis em temperaturas muito baixas, por volta de -237 ºC, e este novo material cumpre esse quesito.

Superímã a temperatura ambiente promete descongelar a computação quântica
O superímã a temperatura ambiente é fabricado com aminoferroceno e grafeno.
[Imagem: Getahun et al. - 10.1063/5.0153212]

Ímã para computação quântica

Depois de quatro anos em busca de materiais magnéticos inteiramente novos para computação quântica, os esforços se pagaram - e com um bônus adicional de não precisar de elementos de terras raras.

O superímã a temperatura ambiente resulta de uma mistura de materiais conhecidos como aminoferroceno e grafeno - aminoferroceno (C12H12FeN2) é um composto orgânico derivado do organometálico ferroceno, no qual um dos átomos de ferro é substituído por um grupo amino (NH2).

"Eu realmente duvidava do seu magnetismo, mas os nossos resultados mostram claramente um comportamento superparamagnético," disse o professor Ahmed El-Gendy. "Ninguém preparou um material como este antes. Acho que poderemos fazer um computador quântico à temperatura ambiente com ele."

Mas ainda resta trabalho a fazer, porque a síntese do material é muito difícil. A equipe já está tentando otimizar o processo de preparação, mas também já está procurando colaboradores que trabalhem em computação quântica para fazer os primeiros testes práticos.

Bibliografia:

Artigo: Room temperature colossal superparamagnetic order in aminoferrocene-graphene molecular magnets
Autores: Yohannes W. Getahun, Felicia S. Manciu, Mark R Pederson, Ahmed El-Gendy
Revista: Applied Physics Letters
DOI: 10.1063/5.0153212
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