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Por que os astrônomos não encontram supergaláxias?

Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/08/2013

Por que os astrônomos não encontram supergaláxias?
Esta imagem mostra uma visualização tridimensional das observações do ALMA do gás frio de monóxido de carbono na galáxia com formação estelar explosiva NGC 253 (a Galáxia do Escultor). O eixo vertical mostra a velocidade e os outros dois eixos correspondem à posição no plano do céu. As cores representam a intensidade da emissão detectada pelo ALMA, onde o rosa corresponde à emissão mais intensa e o vermelho corresponde à mais fraca.
[Imagem: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/Erik Rosolowsky]

Nascimento de estrelas

Imagens do telescópio ALMA revelaram enormes correntes de gás molecular sendo ejetadas por regiões de formação estelar na vizinha galáxia do Escultor.

Isto pode ajudar a explicar a estranha escassez de galáxias muito grandes - de massa extremamente elevada no Universo.

Um objetivo ambicioso da astronomia moderna é compreender o modo como as galáxias - consideradas os blocos constituintes do cosmos - crescem e evoluem, sendo que a formação estelar é uma questão fundamental neste processo: o que é que determina o número de novas estrelas que irão se formar numa galáxia?

A Galáxia do Escultor, também conhecida como NGC 253, tem o que os astrônomos chamam de uma formação estelar explosiva - lá nascem estrelas a uma taxa extremamente elevada.

Agora, o telescópio ALMA mostrou colunas imensas de gás frio e denso sendo ejetadas a partir do centro do disco galáctico.

"A quantidade de gás que medimos nos dá uma evidência clara de que algumas galáxias em crescimento cospem mais gás do que ingerem. Podemos estar assistindo um exemplo atual de uma ocorrência bastante comum no Universo primordial," diz Alberto Bolatto, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.

Por que os astrônomos não encontram supergaláxias?
Esta imagem de comparação da galáxia espiral brilhante NGC 253, também conhecida como Galáxia do Escultor, mostra uma imagem infravermelha obtida pelo telescópio VISTA do ESO (à esquerda) e uma nova imagem detalhada das correntes de gás frio no comprimento de onda do milímetro, obtida pelo ALMA (à direita).
[Imagem: ESO/ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/J. Emerson/VISTA]

Supergaláxias desaparecidas

O gás pode estar sendo ejetado por "conchas em expansão com pressão extremamente elevada, criadas por estrelas jovens", segundo Bolatto.

Isto pode ajudar a explicar porque é que os astrônomos encontraram tão poucas galáxias de massa elevada no cosmos. Modelos de computador mostram que as galáxias mais velhas, vermelhas, deveriam ter consideravelmente mais massa e um maior número de estrelas do que se observa atualmente.

Parece que os ventos galácticos ou as correntes de gás ejetado são tão fortes que privam a galáxia do combustível necessário à formação de novas gerações de estrelas.

Gás equivalente a quase dez vezes a massa do nosso Sol - e possivelmente muito mais - está sendo ejetado pela galáxia, por ano, a velocidades entre 150 mil a quase um milhão de quilômetros por hora.

A quantidade total de gás ejetada seria maior do que a quantidade de gás que teria sido usada para efetivamente formar as estrelas da galáxia em sua idade atual. A esta taxa, a galáxia poderia ficar sem gás em 60 milhões de anos.

Bibliografia:

Artigo: Suppression of star formation in the galaxy NGC 253 by a starburst-driven molecular wind
Autores: Alberto D. Bolatto, Steven R. Warren, Adam K. Leroy, Fabian Walter, Sylvain Veilleux, Eve C. Ostriker, Jürgen Ott, Martin Zwaan, David B. Fisher, Axel Weiss, Erik Rosolowsky, Jacqueline Hodge
Revista: Nature
Vol.: 499, 450-453
DOI: 10.1038/nature12351
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