Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/11/2015
Água que cola
Ela é 90% água, transparente, maleável como borracha - e é uma supercola.
Esse hidrogel pode aderir a superfícies as mais diversas - de vidro, silício, cerâmica, alumínio e titânio até tecidos biológicos.
Em um experimento para demonstrar a capacidade da nova cola, os pesquisadores usaram-na para grudar uma pastilha de silício sobre uma base metálica. Em seguida, eles esmagaram a pastilha com um martelo - o silício se quebrou, mas seus pedaços continuaram presos no lugar.
Em outro experimento, o hidrogel foi usado para colar duas pequenas placas de vidro, uma das quais foi então usada para suspender um peso de 25 quilogramas.
Biocompatível
Essa força e resistência fazem com que o hidrogel seja um candidato ideal para revestimentos de proteção, incluindo de superfícies subaquáticas, em barcos, navios ou submarinos.
Como a cola de hidrogel também é biocompatível, ela poderá ser adequada para uma gama de aplicações relacionadas com a saúde, como revestimentos para catéteres e sensores implantados no organismo.
"É um gel muito resistente e adesivo que é na sua maior parte água. Basicamente, é uma água que cola," disse Hyunwoo Yuk, do MIT, nos EUA.
Bioinspirado
Yuk e seus colegas descobriram que, para colar fortemente, um hidrogel resistente e flexível precisa de duas características: dissipação de energia e ancoragem química.
Para dissipar a energia, o hidrogel é capaz de esticar de forma significativa sem reter toda a energia usada para esticá-lo. E a aderência química significa que o material liga-se à superfície que deve colar por meio de ligações covalentes entre sua matriz polimérica e o material a ser colado.
"Ancoragem química mais forte dissipação levam a uma colagem robusta. Os tendões e a cartilagem [dos seres vivos] fazem isso, de forma que nós realmente aprendemos esse princípio com a natureza," disse o professor Xuanhe Zhao, coordenador da equipe.