Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/02/2019
Aerogel de cerâmica
Um novo material quase sem peso, composto principalmente de ar, mostrou-se capaz de suportar e proteger contra algumas das temperaturas mais extremas experimentadas em ambientes industriais e aeroespaciais.
Ele suportou ser aquecido a 900° C e depois rapidamente resfriado a -198° C em vários ciclos, virtualmente sem degradação, afirmam Xiang Xu e seus colegas da Universidade da Califórnia em Los Angeles.
Este novo aerogel de cerâmica alcançou esse desempenho ao ser fabricado com propriedades exóticas, como um "duplo índice negativo" - aerogéis são materiais compostos principalmente de ar contido dentro de uma rede porosa de um meio sólido, como cerâmica, metal ou carbono.
Leve, forte e isolante térmico
Há grande expectativa em usar os aerogéis em aplicações extremas, como os protetores térmicos dos veículos espaciais durante a entrada em uma atmosfera ou o nariz de veículos hipersônicos.
Para isso, eles devem ser ultraleves, mecanicamente resistentes e excelentes isolantes térmicos - o que, diga-se de passagem, é uma combinação difícil de obter.
Por exemplo, os aerogéis de materiais cerâmicos típicos, como sílica, alumina e carbureto de silício, são quebradiços e frágeis, especialmente em altas temperaturas ou sob um choque térmico abrupto. Estratégias para lidar com a fragilidade desses aerogéis cerâmicos frequentemente têm resultado na degradação de outras propriedades, como uma perda na capacidade de isolamento térmico.
Xu e seus colegas lidaram com essas deficiências usando folhas atomicamente finas de nitreto de boro hexagonal (h-BN). Ao projetar cuidadosamente a microestrutura do aerogel cerâmico - uma arquitetura 3D feita a partir de um material 2D -, eles conseguiram obter tanto um coeficiente de Poisson negativo (uma medida da tendência de um material de se projetar para fora quando comprimido) quanto um coeficiente de expansão térmica negativo.
Estresse termal
Para avaliar as capacidades mecânicas e térmicas do material, os pesquisadores realizaram uma série de testes, incluindo o aquecimento do aerogel a 900° C e, em seguida, rapidamente resfriando-o a -198° C, repetidamente e a uma taxa de 275° C por segundo. O material suportou incólume.
A equipe também avaliou o efeito do estresse de temperatura a longo prazo, expondo o material a temperaturas próximas de 1.500° C no vácuo. De acordo com os resultados, o aerogel permaneceu praticamente inalterado, com perda de menos de 1% de sua resistência após todos os testes.
Finalmente, o material pode ser comprimido a apenas 5% de seu volume e retornar totalmente às dimensões originais.