Erika Schow - 23/06/2010
Técnicas de comunicação óptica
Quando se trata de utilizar a luz para transmitir informações, existem técnicas de telecomunicações ópticas bem conhecidas e largamente disponíveis, consistindo basicamente em transmitir pulsos de luz modulados ao longo de fibras ópticas.
Quando os sinais perdem intensidade em função da distância que viajam, devido à atenuação na fibra óptica, eles são reforçados em estações de regeneração do sinal ao longo do caminho, onde os sinais são amplificados e os ruídos são eliminados.
Amplificação de Brillouin
Os problemas começam a surgir quando a própria luz - ou, mais precisamente, a sua frequência óptica - é a informação, e quando essa informação deve ser transmitida com extrema precisão.
Neste caso, as técnicas de amplificação convencional não conseguem dar conta do recado.
Agora, três pesquisadores do instituto PTB (Physikalisch-Technische Bundesanstalt), na Alemanha, encontraram uma solução elegante: eles usaram a chamada amplificação de Brillouin, que está intimamente relacionada com o espalhamento de Brillouin estimulado.
Luz que gera som, que gera luz
Os pesquisadores injetaram a chamada luz de bombeamento, com uma frequência bem definida, na extremidade de chegada da fibra, de modo que a luz de bombeamento viaja na direção oposta à luz do sinal, gerando ondas sonoras, ou fónons acústicos.
As ondas sonoras dispersam a luz de bombeamento, permitindo que os fótons do sinal estimulem a emissão de muitos mais fótons do próprio sinal.
Cria-se assim uma "avalanche de fótons", que é alimentada constantemente pelas ondas sonoras, levando as informações da frequência de luz até a destinação final com perdas extremamente pequenas e com altíssima precisão.
Os pesquisadores demonstraram sua técnica em um link de fibra óptica de 480 km de extensão. A incerteza da medição relativa alcançada é equivalente a um desvio de um segundo em 16 bilhões de anos. Agora eles planejam testar a técnica em distâncias ainda maiores.
Relógios ópticos
O novo método simplifica a comparação entre relógios ópticos recém-desenvolvidos, que possuem uma estabilidade de frequência tão alta que os métodos tradicionais para comparação de frequência e tempo via satélite já não são suficientes.
A técnica pode ter aplicações em outras áreas onde a sincronização precisa é necessária, por exemplo, na radioastronomia. Especialistas em geodésia já procuraram os pesquisadores PTB com sugestões de projetos conjuntos.