Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/10/2010
Os setores tradicionais da economia já avançaram muito na reciclagem de metais como o alumínio, o cobre e o ferro.
Mas se o setor de alta tecnologia quiser capitanear o movimento rumo a uma economia limpa, então está passando da hora de começar a se ocupar com a reciclagem dos chamados "metais de alta tecnologia", metais especiais como o lítio, o neodímio e o gálio.
O alerta é de um relatório que está sendo preparado pelo Programa de Meio Ambiente da ONU, e que deverá ser completado até o final do ano.
Metais de alta tecnologia
Esses metais de alta tecnologia são necessários para a fabricação de componentes-chave para turbinas eólicas, células solares, baterias para veículos híbridos, células a combustível e sistemas de iluminação de alta eficiência, baseada em LEDs.
Além da reciclagem ser um dos pilares de uma economia sustentável, esses metais são raros, com poucas minas que, como sempre acontece em mineração, estão localizadas em pontos geográficos definidos, sem qualquer distribuição equitativa entre os países.
No entanto, apesar da preocupação presente no discurso dos executivos do setor de alta tecnologia, sobre a escassez dos metais especiais e dos seus altos preços, apenas cerca de 1% desses metais essenciais à alta tecnologia são reciclados hoje.
Os restantes 99% são simplesmente jogados no lixo no final da vida útil dos equipamentos.
Reciclagem dos metais especiais
Segundo os resultados preliminares do relatório, a menos que essas taxas de reciclagem subam drasticamente, os metais especiais e os elementos retirados das terras raras se tornarão "essencialmente indisponíveis para o uso da tecnologia moderna."
O relatório também ressalta os ganhos energéticos e a diminuição do impacto ambiental que poderiam ser obtidos se o setor de alta tecnologia alcançasse a taxa de reciclagem dos metais tradicionais.
Isso ocorre porque os metais reciclados gastam entre duas e dez vezes menos energia do que a fundição dos mesmos metais a partir dos minérios brutos.
"Melhorar as taxas de reciclagem não apenas oferece um caminho para melhorar a oferta e manter os preços dos metais mais baixos, mas também pode gerar novos tipos de emprego e garantir a longevidade das minas e das reservas minerais encontradas na natureza", afirmou Achim Steiner, subsecretário da ONU para assuntos do meio ambiente.
Metais acima do solo
Para analisar o impacto da extração e do consumo dos metais, os pesquisadores utilizam o conceito de metais "acima do solo" - os metais que já foram extraídos das minas e estão em uso pela sociedade.
Veja algumas das conclusões preliminares do relatório sobre a nossa "sociedade metálica":
Índio
O relatório cita o índio como exemplo dos cerca de 40 metais de alta tecnologia estudados, incluindo aqueles contidos nas terras raras.
O estudo destaca que esses metais são cruciais para as tecnologias sustentáveis do futuro, como energias eólica e solar e baterias avançadas para veículos híbridos.
Paládio
O relatório cita o paládio como exemplo dos oito metais preciosos estudados, incluindo o ouro e a prata.
O paládio é utilizado em catalisadores de carros, catalisadores industriais e em áreas tão diversas quanto odontologia e fabricação de joias.
Atualmente as taxas de reciclagem do paládio chegam a até 90 por cento nas aplicações industriais, com taxas mais moderadas na indústria automobilística, onde ficam em torno de 50 a 55 por cento.
Entretanto, nas aplicações eletrônicas, as taxas de reciclagem do paládio estão apenas entre cinco e dez por cento, em parte porque menos de 10 por cento dos telefones celulares são reciclados adequadamente.
Reciclagem dos metais
O relatório também destaca que é possível melhorar a situação dos metais tradicionais: