Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/05/2011
Exovida
O Telescópio Espacial Kepler já identificou mais de 1.200 exoplanetas em torno de estrelas em nossa galáxia.
Dentre esses, a recente confirmação do primeiro exoplaneta habitável, o Gliese 581d, parece mostrar que esses planetas constituem alvos privilegiados para novos estudos.
E é exatamente isto o que os astrônomos do projeto SETI, que procuram sinais de vida inteligente pelo universo, estão começando a fazer.
O grupo sediado na Universidade da Califórnia, em Berkeley, está apontando um radiotelescópio para os mais promissores desses exoplanetas para ver se conseguem detectar algum sinal de civilização.
SETI@home
A pesquisa começou na semana passada, quando o maior telescópio manobrável do mundo - o Telescópio Green Bank - dedicou uma hora de pesquisa a oito estrelas que possuem ao seu redor os chamados KOI - Kepler Object of Interest, o indicador que os cientistas do telescópio Kepler atribuem aos exoplanetas que vão localizando.
O objetivo inicial é acumular 24 horas de observações, cobrindo 86 planetas com dimensões próximas às da Terra.
A seguir, a montanha de dados coletados nessas 24 horas será distribuída pelo mundo, através do projeto SETI@home, por meio do qual os chamados "cientistas-cidadãos" doam a capacidade ociosa de processamento de seus computadores para analisar dados científicos.
Estima-se que o processamento dos dados exigirá a contribuição de 1 milhão de computadores do SETI@home durante dois meses.
Alvos privilegiados
Foram selecionados para observação planetas com temperaturas entre zero e 100 graus Celsius.
"Não é absolutamente certo que todas essas estrelas têm sistemas planetários habitáveis, mas eles são lugares muito bons para procurar ETs," afirmou Andrew Siemion, um dos astrônomos do projeto.
O maior coletor de dados para o projeto SETI é o famoso radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico.
"Em Arecibo, nós nos concentramos em estrelas como o nosso Sol, esperando que elas tenham planetas ao seu redor que emitam sinais inteligentes", afirma. "Mas nunca tivemos uma lista de planetas como esta antes."