Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/12/2010
Dinheiro e ideias
O ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Sergio Rezende, assinou ontem, em Brasília, um novo contrato de gestão com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisas (RNP) por mais seis anos, no valor total de R$ 244 milhões.
O ministro, que está a poucos dias de deixar o cargo, lançou também o Livro Azul, uma publicação que é a síntese das propostas colhidas durante a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável e que servirão para nortear as políticas públicas para os próximos 10 anos.
Rezende enfatizou que o momento atual da ciência e da tecnologia é muito importante para o País.
"É uma época renovada de esperanças. Ainda não chegamos ao topo de uma jornada que todos nós gostaríamos de ter completado, entretanto, estamos alçando voo. O importante é que estamos em uma ascensão considerável por dois motivos. O primeiro deles, destaco o aumento nos recursos públicos. Em segundo lugar, conseguimos ao longo desses anos agregar pessoas comprometidas com o desenvolvimento. O ano de 2010 é muito especial porque estamos colhendo bons frutos e tenho a certeza que estamos deixando para o Brasil um conjunto de documentos de muita densidade, entre eles, o Livro Azul", destacou.
História
A parte de conteúdo documental citada pelo ministro conta ainda com um livro com a história do MCT, outra publicação com todas as entidades que compõem a pasta e, ainda, um com o mapeamento dos mestres e doutores do País.
"Entendo também que o marco regulatório implementado fez com que o crescimento da C&T fosse sustentado. Destaco a Lei da Inovação, da Biossegurança, a Lei do Bem e de criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Ressalto como forma de sustentação o favorecimento de um ambiente para a inovação nas empresas. E, novamente, o Livro Azul, que sem dúvidas, é um conjunto de proposições que serão utilizadas pelo próximo governo para a implementação de políticas públicas", disse.
O secretário-executivo do MCT, Luiz Antonio Rodrigues Elias, destacou também que o avanço conseguido nos últimos anos foi graças à união dos diversos atores que compõem o cenário da ciência e tecnologia no Brasil.
"A Conferência Nacional mostrou o grande movimento de articulação. Além disso, a Conferência consolidou o processo de expansão da C&T. É inédito o esforço empreendido para a realização deste evento. A síntese de toda a discussão de três dias de conferência passou por um processo de consolidação riquíssimo. Onde vários agentes puderam contribuir por meio de uma consulta pública. É válido destacar ainda a publicação que reúne todos os debates ocorridos nas conferências estaduais e municipais", finalizou.
Olhar para o futuro
A presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE/MCT), Lúcia Melo, foi a responsável por organizar todas as ideias e junta-las em um livro. Segundo ela, a publicação não encerra um processo, pelo contrário, dá início a uma nova etapa para a consolidação da C&T.
"A conferência foi a maior expansão que o sistema atingiu até hoje. Conseguimos juntar uma pluralidade de pensamentos que se transformaram em um guia de novas políticas públicas. O nosso principal desafio foi transformar tudo isso em uma publicação de simples leitura. Um verdadeiro cardápio de sugestões. A publicação abre um terreno fértil para ações estruturantes no novo governo", ponderou.
O secretário-geral da 4ª Conferência Nacional de C&T, Luiz Davidovich, disse que o principal mote da conferência foi o de olhar para o futuro. "A conferência agrupou mais de 4 mil pessoas em três dias de evento e teve como principal foco a estruturação de um plano estratégico para os próximos 10 anos. E, ainda, o de propor políticas para o desenvolvimento científico e tecnológico inovadores. Considero que o Brasil vive um momento ímpar. Devemos aproveitar o crescimento para propormos um novo modelo de desenvolvimento sustentável que respeita a natureza e os seres humanos. Modelo que deve-se apoiar na ciência, tecnologia e educação", considerou.
Portarias
Na ocasião, o ministro Sergio Rezende assinou também quatro portarias que credencia entidades associadas a desenvolverem pesquisas com os institutos de ciência e tecnologia.
Ele assinou a portaria que credenciou o Instituto de Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Xingó como entidade associada ao Instituto Nacional do Semiárido (Insa). Assinou também uma autorização para que o Centro de Componentes Semicondutores da Universidade de Campinas (Unicamp) funcione como entidade associada ao Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI).
As demais portarias assinadas foram: a de credenciamento do Departamento de Física Teórica e Experimental e Departamento de Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como entidade associada ao Observatório Nacional (ON); do Instituto Internacional de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como associado ao Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e, por último; a do Centro de Energias Renováveis - Energia Solar, da Universidade Federal de Pernambuco como entidade associada ao Instituto Nacional de Tecnologia (INT), junto ao Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene).