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Mecânica

Semáforos modernos diminuem acidentes em cruzamentos

Com informações da Agência USP - 10/01/2011

Semáforos modernos diminuem acidentes em cruzamentos
Apesar de não regulamentados pelo Denatran, os semáforos com indicação de tempo deixam o trânsito mais seguro - embora as razões para isso ainda não estejam claras.
[Imagem: Ag.USP]

Semáforos mais seguros

Atualmente, está "na moda" a implantação de semáforos aparentemente mais modernos e bonitos, que informam ao motorista o tempo restante para a troca das luzes vermelha/verde nas interseções de ruas e avenidas das cidades.

Mas esses semáforos não são apenas mais bonitos: eles são realmente mais eficientes, aumentando a segurança dos motoristas.

Foi o que concluiu a pesquisadora Luciana Maria Gasparelo Spigolon, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP.

Por outro lado, ela descobriu que os "semáforos inteligentes" não oferecem ganhos significativos quando o assunto é a fluidez do trânsito. Ou seja, com os novos semáforos, ao trânsito não vai melhorar, mais ficará mais seguro.

Fora da lei

Segundo a pesquisadora, não há autorização legal por parte do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para o emprego do semáforo com indicação de tempo. O equipamento padrão previsto pelo órgão é o modelo clássico, formado pelo conjunto das circunferências vermelha, amarela e verde, na vertical ou horizontal.

"A implantação do semáforo com contagem de tempo restante é permitida somente para fins de experimentação, cujo limite de tempo de utilização também não está especificado pelo Denatran," explica Luciana.

Tal informação é essencial para que as Prefeituras decidam se vão ou não adquirir essa nova tecnologia, uma vez que a responsabilidade jurídica no caso de acidentes em interseções é de alçada das próprias Prefeituras.

"É necessário que mais investimentos em pesquisas sejam feitos, para serem conhecidas as vantagens e desvantagens da utilização do semáforo mais moderno. Ainda não se sabe claramente qual o impacto da implantação da nova tecnologia, principalmente para o usuário das vias", afirma Luciana.

Razões da melhora na segurança

Uma das principais constatações do estudo, foi que o ganho na segurança verificado com o uso desse novo modelo de semáforo pode ter ocorrido por outros fatores que não a possibilidade do motorista ver o tempo restante das luzes.

Por exemplo, por causa do aspecto mais moderno, bonito, que melhora a visibilidade, ou pela própria localização dos semáforos.

"Esses fatores podem influenciar a ocorrência de acidentes nas interseções e devem ser considerados no momento em que o tipo de produto está para ser escolhido, adquirido e colocado. Isso serve tanto para o grupo focal convencional quanto para o semáforo com informação de tempo restante. Considerando que a contagem de tempo pode não ser a principal responsável pela melhora na segurança, pode-se pensar em outros investimentos no trânsito que custem menos," explica a pesquisadora.

Para os motoristas que não estão habituados com semáforos diferentes do convencional, a não padronização pode ser motivo de confusão, colaborando para a ocorrência de acidentes.

Segundo Luciana, os países desenvolvidos padronizam os semáforos no trânsito, sendo o grupo focal convencional o mais utilizado. "No Brasil, diferentes cidades utilizam diferentes semáforos", diz a pesquisadora.

Fluidez e acidentes

Luciana analisou interseções de três cidades do Estado de São Paulo: São Carlos, Ribeirão Preto e Piracicaba. Em cada uma delas está instalado um modelo diferenciado de semáforo "inovador" em relação ao convencional.

Para saber sobre a melhora da fluidez do trânsito, Luciana usou o conceito de "capacidade", calculando o número de carros que atravessam o semáforo em um espaço de tempo equivalente a uma hora. Para saber sobre a segurança, analisou dados de acidentes de trânsito, como boletins de ocorrência cedidos pelas Prefeituras.

Quanto à capacidade, o número de carros que atravessa a interseção com o novo semáforo não aumentou significativamente com relação ao modelo convencional, comprovando que não houve melhora.

Já com relação à segurança, a pesquisa aponta que o número de acidentes diminuiu nas intercessões onde foram implantados os novos modelos, ou seja, houve melhora.

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