Com informações da BBC - 14/09/2015
Para cima e avante
Depois dos sucessos da sonda Rosetta, que está em órbita de um cometa há mais de um ano, e da New Horizons, que nos deu as primeiras imagens de Plutão, agora é hora de olhar o que temos pela frente em termos de exploração espacial.
Veja algumas das principais missões que serão lançadas nos próximos anos.
ExoMars
A missão ExoMars visa basicamente descobrir se há ou já existiu vida em Marte. Trata-se se um programa conjunto entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Roscosmos, a agência russa.
Se já existiu vida em Marte, o mais provável é que isto ocorreu nos primeiros bilhões de anos depois da formação do planeta, quando sua superfície era mais quente e úmida do que no presente.
Em 2016, a ESA vai enviar uma nave para pegar amostras da atmosfera marciana e, em 2018, enviará um veículo de seis rodas que poderá perfurar o solo a até dois metros de profundidade, para buscar eventual matéria orgânica preservada da intensa radiação que o planeta recebe em sua superfície.
Ainda não foi definido o local exato do pouso do veículo, mas será em uma área que mostre evidências de erosão por água no passado.
Missão de redirecionamento de asteroides
Se a missão Rosetta já parecia ambiciosa, esta será ainda mais.
O plano da Missão de Redirecionamento de Asteroides (ARM, na sigla em inglês), da Nasa, consiste em identificar, capturar e fazer o traslado de um asteroide para uma órbita ao redor da Lua para que astronautas, no futuro, possam se aproximar e obter amostras.
A análise destas rochas espaciais pode fornecer dados importantes sobre a origem do Sistema Solar, segundo os defensores do projeto.
Por outro lado, a missão contribuiria para o desenvolvimento da tecnologia que poderia ser útil para desviar qualquer asteroide perigoso que chegue perto demais da Terra, de acordo com os cientistas.
A Nasa tem em vista seis possíveis asteroides, apesar de a agência ainda não ter decidido como o escolhido será capturado. Uma das possibilidades inclui até envolver a rocha em uma bolsa inflável.
A missão ainda está na fase de planejamento, mas se conseguir o financiamento, começará em 2020.
Júpiter
A ESA também tem previsão de enviar uma nave para estudar as luas geladas de Júpiter em 2022.
A nave, que demorará cerca de oito anos para chegar, sobrevoará Calisto e Europa antes de pousar em Ganimedes, a maior lua do Sistema Solar.
A sonda fará observações durante três anos. Os cientistas acreditam que, abaixo da capa gelada destes satélites de Júpiter, existam oceanos de água líquida.
Orbitador Solar
Com a data de lançamento prevista para 2018, a sonda Solar Orbiter (também da ESA) será a primeira a chegar próximo do Sol, orbitando a apenas 42 milhões de quilômetros da estrela.
Naquela região a intensidade da radiação solar é 13 vezes superior à registrada na Terra e as temperaturas podem chegar aos 520 graus.
A sonda fará fotografias e medições desde a órbita interna do planeta Mercúrio para obter dados que permitam conhecer melhor a dinâmica do Sol.
A missão visa aprofundar os conhecimentos sobre o funcionamento do Sol e sua influência sobre a vizinhança, especialmente o modo como a estrela gera e acelera o fluxo de partículas carregadas que envolvem o resto dos planetas.
Orion
A nave Orion, da Nasa, está projetada para levar até seis astronautas ao espaço mais distante - o objetivo final é levar o homem a Marte.
A nave já foi colocada à prova em 2014, com sucesso, em um voo não tripulado.
Durante o teste não tripulado, a nave atingiu uma órbita de 5.800 km de altitude, a mais elevada desde as missões à Lua e 15 vezes mais distante da Terra do que a Estação Espacial Internacional.
A primeira missão tripulada deverá ocorrer em 2021.
Telescópio James Webb
Este telescópio espacial tentará substituir o Hubble.
Os astrônomos afirmam que ele terá uma potência cem vezes superior ao antecessor e poderá obter imagens sem precedentes das primeiras galáxias que se formaram no início do Universo.
O espelho principal deste telescópio tem um diâmetro de 6,5 metros (em comparação aos 2,4 m do Hubble) e está formado por 18 espelhos hexagonais que funcionam como um só.
Ele é tão grande que não cabe dentro do foguete lançador, razão pela qual os espelhos irão dobrados e vão se desdobrar já no espaço - isso exigiu até a criação de um material que a NASA chamou de "unobtainium".
Em vez de orbitar ao redor da Terra como o Hubble (uma vez a cada aproximadamente 97 minutos a uma altura entre 550 e 600 quilômetros), o James Webb ficará em um ponto conhecido como Lagrange 2, a 1,5 milhão de quilômetros de nosso planeta.
A data de lançamento prevista é outubro de 2018.