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Plantão

São Paulo torna-se locomotiva agrícola do país

Com informações da Agência Fapesp - 29/09/2016


Marcha a ré

Historicamente conhecido como o carro-chefe da industrialização brasileira, o Estado de São Paulo está documentando, paralelamente à desindustrialização que vive o país, um crescimento vertiginoso em sua agricultura.

A produção da agricultura paulista aumentou 90,4% entre 1990 e 2012.

Entre os fatores que contribuíram para esse renascimento agrícola foram os pesados investimentos na área de Ciências Agrárias feitos por instituições como a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), além da expansão da mecanização e a especialização em monoculturas, com a concentração na produção de commodities como a cana-de-açúcar e a laranja.

Participando com 11,7% no total de áreas plantadas das lavouras no Brasil, São Paulo contribuiu com 18% do valor total da produção agrícola do país no triênio de 2010 a 2012.

Redução de trabalhadores

Uma das constatações de uma análise coordenada pela pesquisadora Maria Auxiliadora de Carvalho, da Secretaria de Agricultura do Estado, foi que o número de estabelecimentos rurais no Estado de São Paulo diminuiu cerca de 30% entre o Censo Agropecuário de 1970 e o de 2006, passando de 327 mil para 228 mil unidades.

De acordo com a pesquisadora, no período, a área média dos estabelecimentos rurais no estado subiu de 62,5 para 74,5 hectares, indicando uma tendência de concentração da propriedade da terra.

Tal transformação foi acompanhada pela redução do pessoal ocupado na agricultura. A população rural paulista, que era de 4,8 milhões em 1960, caiu para cerca de 1,7 milhão em 2010 - correspondente a 4,1% da população total do Estado de São Paulo e a 5,6% da população rural brasileira.

"Trata-se de uma tendência considerada 'normal' nas regiões desenvolvidas, nas quais menos pessoas produzem mais, devido ao aporte de tecnologia", avaliou a pesquisadora. Contudo, esse "êxodo rural paulista" ocorre em um momento em que a produção industrial cai significativamente, impondo pressões adicionais às cidades.

Volta ao passado

Pobre e atrasado durante o período colonial e na fase inicial do período monárquico, São Paulo emergiu para a opulência no Segundo Reinado, graças a um único produto agrícola, o café. Nas primeiras décadas do século XX, já no período republicano, o Estado de São Paulo respondia por quase a metade de todo o café comercializado no mundo.

A crise mundial, que teve seu momento icônico na quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, acarretou a drástica redução da demanda internacional pelo café, forçando, nos anos subsequentes, a transferência de capitais da cafeicultura para a indústria.

Na fase industrial, o Estado de São Paulo liderou o desenvolvimento brasileiro, chegando a responder por 40% do PIB nacional em meados da década de 1970.

Depois, principalmente devido à redução relativa da atividade industrial, sua participação no PIB vem declinando. Ao que parece, o Estado decidiu retornar às suas origens.

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