Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/09/2009
Separando óleo e água
No final de 2008, um grupo de pesquisadores da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, criou um filtro capaz de separar óleo e água com 98% de eficiência.
O grande feito dos pesquisadores foi unir as propriedades de atração da água e de repelência do óleo em um único material, duas características que normalmente são mutuamente exclusivas.
Agora eles descobriram que seu material não precisa ser usado apenas como filtro - usando-o como revestimento torna-se possível criar superfícies que, quando sujas de óleo, podem ser limpas apenas com água, dispensando-se até mesmo o sabão.
Revestimentos ecológicos
"Você simplesmente joga água e o óleo sai, parece mágica," diz o pesquisador Jeffrey Youngblood. "São revestimentos realmente ecológicos, no sentido de que eles eliminam a necessidade dos detergentes e solventes usados em ambientes que vão das cozinhas domésticas às oficinas e indústrias, sempre às voltas com derramamentos de óleo ou simplesmente precisando limpar as máquinas."
O revestimento é um polímero superfino - 20.000 vezes mais fino do que um fio de cabelo humano - formado por uma camada base de polietileno glicol, que atrai água, e uma camada superior de uma molécula à base de flúor, que repele óleo.
Superfícies autolimpantes
Os pesquisadores testaram o revestimento em plásticos, metais e vidros e acabaram de avaliar sua durabilidade. "Nós guardamos os experimentos na prateleira por vários meses e não registramos queda no seu desempenho," disse Youngblood.
Agora os testes serão ampliados para avaliar a aplicação do revestimento em outros metais e cerâmicas, cobrindo as áreas de uso que os pesquisadores acreditam ser mais promissoras.
Se todos os testes forem bem-sucedidos, o novo material poderá ser utilizado em produtos de limpeza, tintas laváveis apenas com água, filtros separadores de água e óleo, seladores para construção civil e várias outras aplicações.
"Nós acreditamos que poderemos disponibilizar comercialmente nossos materiais autolimpantes dentro de pouco tempo," diz o pesquisador.