Com informações da Agência Brasil - 29/09/2017
Disseminação
Foi lançado o Programa Rumo à Indústria 4.0, idealizado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
No programa, serão realizados quatro workshops regionais, entre os meses de outubro e novembro, envolvendo 200 empresas atendidas pelo Programa Brasil Mais Produtivo. Os eventos ocorrerão em São Paulo, Grande ABC, Campinas e Ribeirão Preto. Para dezembro, está previsto um congresso na capital paulista.
Luiz Augusto de Souza Ferreira, presidente da ABDI, explica que os parâmetros da Indústria 4.0 começam a ser implementados no setor industrial, mas chegarão em outras áreas como serviços, comércio e commodities. Ele exemplifica com a exportação de café, que é enviado em sacas para o exterior e importado em forma de cápsulas a preços muito superiores. "Não é abandonar commodities, mas o Brasil deve aproveitar a oportunidade e entrar na indústria de transformação," disse.
Rafael Moreira, do Ministério da Indústria e Comércio, defendeu uma grande ação de disseminação na sociedade e pediu para que as próprias empresas tomem a frente na mudança, considerada a quarta revolução industrial: "Ela vai impactar comportamento, demanda de consumo, formas de consumir, de distribuir. Temos que ancorar com o setor privado".
Conceito
José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp, esclareceu que a Indústria 4.0 abrange várias tecnologias e soluções que se integram na organização da empresa, desde o chão de fábrica ao administrativo, e também na cadeia de fornecimento: "Alguns exemplos são megadados, digitalização, inteligência artificial, internet das coisas, manufatura aditiva, realidade aumentada, robótica, sensores inteligentes e simulações virtuais".
Eduardo Zancul, professor da Universidade de São Paulo (USP), estudou experiências internacionais, como a implementação do conceito na Alemanha. Segundo ele, o país lançou uma plataforma para a Indústria 4.0 em 2013, envolvendo associações, empresas e a academia. A Alemanha optou pelo modelo clássico, com automação, processos e robotização.
"A própria indústria tem participação muito importante para criar a base dessa plataforma. O governo assumiu a gestão macro da plataforma para contemplar outras visões e atores da sociedade alemã. O foco maior é na exportação, manutenção de empregos e competitividade de pequenas e médias empresas", explica o professor.