Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/08/2022
Ímã constante mais forte do mundo
Na última sexta-feira (12 de agosto) um ímã híbrido construído no Instituto de Ciências Físicas de Hefei, na China, produziu um campo magnético constante de 45,22 teslas (T).
Este é o campo magnético estável mais alto já gerado no mundo - isto significa que o campo magnético é gerado de forma constante, e não como um pico nas medições.
Por uma leigeira margem, ele quebrou o recorde mundial anterior, de 45 teslas, mantido desde 1999 por um ímã híbrido no Laboratório Nacional de Altos Campos Magnéticos (MagLab) dos Estados Unidos.
O novo ímã híbrido é composto por uma inserção resistiva aninhada em uma superfície supercondutora com um furo de 32 mm.
A equipe construiu o ímã híbrido em 2016, quando ele gerou um campo magnético central de 40 teslas, tornando-o o segundo ímã de nível 40 teslas em todo o mundo.
Mas a equipe não se deu por satisfeita, e continuou aprimorando o projeto, as peças individuais e o modo de operação do eletroímã.
"Para alcançar um campo magnético mais alto, inovamos a estrutura do ímã e desenvolvemos novos materiais," disse o professor Kuang Guangli, coordenador do laboratório. "O processo de fabricação dos discos penetrantes também foi otimizado."
O recorde de 45,22 teslas representa um marco importante no estudo do magnetismo e no desenvolvimento de tecnologias magnéticas. O experimento de fusão nuclear ITER, por exemplo, terá um ímã de 13 teslas para conter o plasma dentro do reator, impedindo que ele encoste nas paredes e derreta tudo.
Recordes de campos magnéticos
Como na maioria das áreas, recordes de campos magnéticos vêm em várias categorias.
O norte-americano MagLab ainda mantém o recorde de campo magnético não constante de 45,5 teslas.
Usando ímãs múltiplos, pesquisadores do Laboratório Nacional Los Alamos, também nos EUA, já superaram os 100 teslas.
Em 2018, um laboratório japonês chegou aos 1.200 teslas de campo magnético de pico.
Campos magnéticos ainda mais fortes - cerca de 2.800 teslas - já foram obtidos em experimentos ao ar livre usando explosivos químicos e furos cavados em rochas, mas estes resultados são imprecisos e têm pouco interesse prático porque literalmente destroem todo o experimento.