Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/09/2016
Óxido de grafeno
Um dos grandes entraves ao uso prático do grafeno é a dificuldade de produzi-lo: não é fácil fazer uma camada de apenas um átomo de espessura e mantê-la pura e firme para que suas incríveis propriedades sejam exploradas em sua totalidade.
Quando ganharam o Nobel por seus trabalhos com o grafeno, Andre Geim e Konstantin Novoselov contaram que isolaram o material usando uma fita adesiva para retirar pequenas camadas de um bloco de grafite.
O problema é que não dá para fazer desse jeito em escala industrial, ou mesmo retirar o grafeno intacto da fita adesiva para conectá-lo a eletrodos, por exemplo.
Atualmente, o modo mais fácil de fazer grandes quantidades de grafeno é esfoliar o grafite - o mesmo material dos lápis - em folhas de grafeno individuais usando produtos químicos. A desvantagem é que ocorrem reações secundárias com o oxigênio, formando óxido de grafeno, que é eletricamente não-condutor e estruturalmente mais fraco.
A remoção do oxigênio do óxido de grafeno para obter grafeno de alta qualidade tem sido o grande desafio ao longo das últimas duas décadas, já que o oxigênio distorce a estrutura atômica do grafeno e degrada suas propriedades.
Grafeno de micro-ondas
Assim, é surpreendente como Damien Voiry e seus colegas da Universidade Rutgers, nos EUA, resolveram esse problema, que vem sendo pesquisado por inúmeras equipes ao redor do mundo - algumas com orçamentos milionários.
Voiry simplesmente colocou o óxido de grafeno, a "versão impura" do material, em um forno de micro-ondas doméstico por 1 segundo - e estava pronta a receita de grafeno puro.
O "cozimento" por 1 segundo do óxido de grafeno no forno de micro-ondas eliminou virtualmente todo o oxigênio do óxido de grafite.
"Este é um avanço marcante no campo do grafeno," disse seu professor Manish Chhowalla. "Este tratamento simples no micro-ondas cria grafeno de qualidade excepcionalmente alta, com propriedades que se aproximam daquelas do grafeno puro."