Com informações da ESA - 03/07/2017
Gari magnético
A Agência Espacial Europeia (ESA) vem investindo há tempos em tecnologias para remoção do lixo espacial.
Entre as várias técnicas investigadas para recuperar os satélites obsoletos ou fazê-los cair de forma controlada estão canhões a laser, redes e arpões.
Agora, a ESA está investindo nas ideias de Emilien Fabacher, da Universidade de Toulouse, na França, que está acrescentando um outro método à lista: um rebocador magnético.
"Com um satélite que se deseja remover de órbita, é muito melhor ficar a uma distância segura, sem precisar entrar em contato direto e arriscar danos tanto para o 'caçador' como para os satélites-alvo," explica Emilien. "Então, a ideia que estou investigando é a aplicação de forças magnéticas para atrair ou repelir o satélite-alvo, deslocando-o da sua órbita ou removendo-o inteiramente."
Rebocador magnético
O rebocador magnético deverá capturar os satélites-alvo se aproveitando das suas bobinas magnéticas de controle (magnetorquers). Esses eletroímãs são usados para ajustar a orientação dos satélites utilizando o campo magnético da Terra.
Uma vantagem é que a técnica poderia ser usado no lixo espacial mais antigo, não exigindo alterações nos satélites a serem capturados.
O forte campo magnético requerido pelo satélite caçador seria gerado usando bobinas supercondutoras.
"Este tipo de influência magnética sem contato funcionaria a partir de cerca de 10 a 15 metros, oferecendo uma precisão de posicionamento dentro de 10 cm com precisão de orientação de 1 a 2 graus," calcula Emilien.
Energia e navegação
Um dos grandes desafios para que a técnica se mostre viável será uma capacidade de geração de energia forte o suficiente a bordo do satélite rebocador. Afinal, além da eletricidade normal para funcionamento e comunicação, ele precisaria de energia suficiente para gerar o campo magnético e resfriar as bobinas supercondutoras.
Mas o esforço pode valer a pena, porque a remoção de lixo espacial não seria a única aplicação da técnica.
A mesma atração ou repulsão magnética pode ser usada como um método seguro para a navegação de constelações de satélites - o chamado voo em formação -, de modo a manter estruturas próximas no espaço.