BBC - 14/09/2010
Competitividade brasileira
A competitividade da economia brasileira é apenas a 58ª em um ranking de 139 países, segundo um estudo divulgado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).
O país perdeu duas posições no ranking anual, apesar de uma leve melhora na avaliação dos critérios considerados pelo WEF. Entre 2007 e 2009, o Brasil havia subido 16 posições na lista.
A organização avalia que a melhora da situação do país no ranking nos anos anteriores havia sido uma consequência dos esforços realizados nos últimos 20 anos para alcançar a estabilidade econômica, a liberalização e a abertura da economia, e a redução da desigualdade, entre outras coisas.
O WEF considera, porém, que o país ainda tem fraquezas em muitos aspectos e "enfrenta importantes desafios para alcançar totalmente seu enorme potencial competitivo".
Líderes de competitividade
O ranking anual é liderado pela Suíça, que manteve a posição do ano passado, seguida pela Suécia, que subiu duas posições, e de Cingapura, que manteve o terceiro posto. Os Estados Unidos caíram do 2º para o 4º lugar do ranking entre 2009 e 2010.
Entre os países do grupo BRIC, a China é a que está em melhor posição - 27ª, dois postos acima do ranking do ano passado. A região administrativa especial de Hong Kong, considerada separadamente no ranking do resto da China, manteve a 11ª posição.
A Índia perdeu duas posições e aparece no 51º lugar do ranking, enquanto a Rússia manteve a 63ª posição.
Na América Latina, o Chile é o que tem a economia mais competitiva, segundo o ranking, que coloca o país na 30ª posição global. O México perdeu seis posições e ocupa o 66º lugar, enquanto a Argentina caiu duas posições, do 85º para o 87º lugar, por conta da inclusão de dois novos países na lista com avaliações melhores.
Pilares da competitividade
A avaliação do WEF analisa 12 itens considerados "pilares da competitividade", divididos em três categorias - requisitos básicos, promotores de eficiência e fatores de inovação e sofisticação.
A primeira categoria, requisitos básicos, inclui instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico, e saúde e educação primária. Na segunda categoria, promotores da eficiência, o WEF considera educação secundária e treinamento, eficiência do mercado de bens, eficiência do mercado de trabalho, desenvolvimento do mercado financeiro, preparo tecnológico e tamanho do mercado. Na terceira, fatores de inovação e sofisticação, são analisados sofisticação empresarial e inovação.
Para chegar à avaliação de cada país, a organização atribui um peso diferente para cada um desses 12 pilares, formados por uma série de outros subitens.
O WEF também divide os países em cinco grupos diferentes, dos menos desenvolvidos aos mais desenvolvidos, e atribui pesos diferentes a cada uma das três categorias básicas para cada grupo de países, considerando que nos países mais pobres os requisitos básicos são mais importantes do que outros fatores, enquanto nos mais desenvolvidos inovação e sofisticação têm um peso relativo maior.
Inovação e sofisticação
A avaliação do Brasil é melhor nos itens como tamanho do mercado (10º no ranking), e sofisticação empresarial (31º), e pior nos itens ambiente macroeconômico (111º) e eficiência do mercado de bens (114º).
Se consideradas as três categorias básicas, o país se sai melhor nos fatores de inovação e sofisticação (38º lugar no ranking dessa categoria) e nos promotores de eficiência (44º lugar), e pior nos requisitos básicos para a competitividade (86º lugar).
O Brasil é colocado pelo WEF no grupo de países com estágio intermediário de desenvolvimento, impulsionado pela eficiência, o que considera um peso relativo maior aos promotores de eficiência e aos requisitos básicos em relação à inovação e sofisticação.
Isso indica que, apesar da avaliação pobre nos requisitos básicos para a competitividade, se o país fosse avaliado pelos mesmos critérios que os países em estágio mais avançado de desenvolvimento, impulsionado pela inovação, poderia ter uma posição melhor no ranking geral.