Com informações do CfA/Harvard - 13/03/2017
Tecnologia alienígena avançada
A busca por inteligência extraterrestre tem analisado muitos e diferentes possíveis sinais de vida alienígena, desde transmissões de rádio até flashes de laser - até agora sem sucesso.
Dois físicos estão sugerindo agora que fenômenos misteriosos, chamados rajadas rápidas do rádio - que já foram associados com ETs antes -, poderiam ser indícios de uma tecnologia alienígena avançada.
Especificamente, essas explosões podem ser vazamentos de transmissores do tamanho de planetas fornecendo propulsão para gigantescas naves interestelares em galáxias distantes.
Rajadas rápidas de rádio
Como seu nome indica, rajadas rápidas de rádio (ou FRB: fast radio bursts) são flashes de emissões de rádio com duração na faixa dos milissegundos. Descobertas em 2001, foram detectadas apenas 17 delas por radiotelescópios gigantescos, como o Observatório Parkes, na Austrália, e o Observatório Arecibo, em Porto Rico. Os físicos acreditam que elas se originam de galáxias distantes, a bilhões de anos-luz de nós.
"As rajadas rápidas de rádio são extremamente brilhantes, dada a sua curta duração, e se originam a grandes distâncias, e não identificamos nenhuma possível fonte natural com qualquer traço de confiabilidade," disse Abraham Loeb, do Centro Harvard-Smithsoniano para Astrofísica. "Vale a pena contemplar e verificar uma origem artificial."
Loeb e seu colega Manasvi Lingam (Universidade de Harvard) examinaram a viabilidade de que estas emissões possam ser geradas por um transmissor de rádio forte o suficiente para ser detectável a essas distâncias imensas.
Gerador planetário
Os cálculos indicaram que, se o transmissor for alimentado por energia solar, a luz que incide sobre a área de um planeta com o dobro do tamanho da Terra seria suficiente para gerar a energia necessária. Um projeto de construção tão grande está bem além da nossa tecnologia, mas dentro do reino das possibilidades de acordo com as leis da física, diz a dupla.
A seguir, eles consideraram se tal transmissor seria viável a partir de uma perspectiva de engenharia, ou se as tremendas energias envolvidas não derreteriam qualquer estrutura de suporte. Mais uma vez, eles descobriram que um dispositivo refrigerado a água com duas vezes o tamanho da Terra poderia resistir ao calor.
Eles então se perguntaram: E por que alguém construiria um aparelho desses, de dimensões planetárias?
Propulsão de velas solares
Os dois físicos argumentam que o uso mais plausível de um gerador de tamanha potência seria para alimentar velas solares, basicamente do mesmo tipo daquelas propostas para a primeira missão interestelar dos terráqueos. Essas velas podem ser impulsionadas pela luz solar ou por um feixe de energia forte o suficiente, podendo ser usadas também para brecar a nave quando ela chega ao destino.
A quantidade de energia emitida pelo gerador planetário, conforme calculada pela dupla, seria suficiente para empurrar uma carga útil de um milhão de toneladas, ou seja, uma nave espacial com cerca de 20 vezes a massa dos maiores navios de cruzeiro da Terra. "Isso é grande o suficiente para transportar passageiros vivos através de distâncias interestelares ou mesmo intergalácticas," defende Lingam.
Explicando os dados
Para alimentar uma vela óptica, o transmissor precisaria focar um feixe continuamente sobre a vela. Observadores na Terra captam apenas um breve flash de energia porque a vela e seu planeta hospedeiro, estrela e galáxia estão se movendo em relação a nós.
Como resultado, o feixe varre o céu e só aponta em nossa direção por um breve momento. Aparições repetidas do feixe, que foram observadas mas não podem ser explicadas por qualquer evento astrofísico conhecido, nem mesmo os mais catastróficos, podem fornecer pistas importantes sobre sua origem artificial, dizem os dois físicos.
Loeb admite que o trabalho é especulativo. Quando perguntado se ele realmente acredita que alguma rajada rápida de rádio seja de fato devida a alienígenas, ele respondeu: "A ciência não é uma questão de crença, é uma questão de evidência. Decidir de antemão o que é provável limita as possibilidades. Vale a pena lançar as ideias e deixar que os dados [informações] sejam o juiz."