Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/01/2023
Purificador de água eficiente
Pesquisadores da Coreia do Sul desenvolveram um novo filtro capaz de absorver rapidamente a sujeira da água, capturando inclusive microplásticos e compostos orgânicos voláteis, com os quais outras tecnologias de purificação da água têm dificuldades em lidar.
Feito a partir de materiais de baixo custo e disponíveis comercialmente, o filtro consiste em um polímero poroso com o adicional de apresentar uma ação fototermal, absorvendo um largo espectro da luz solar e convertendo-a em calor, o que permite purificar os voláteis compostos fenólicos.
"A tecnologia que desenvolvemos aqui é uma tecnologia de purificação de água incomparável, com a maior eficiência de purificação do mundo, removendo mais de 99,9% de microplásticos fenólicos e contaminantes COV [Compostos Orgânicos Voláteis] na água em velocidades ultra-altas.
"Nós esperamos que ela se torne uma tecnologia universal, com alta eficiência econômica, que pode purificar a água contaminada e fornecer água potável mesmo em áreas onde não há fornecimento de energia," disse o professor Park Chi-Young, do Instituto de Ciência e Tecnologia Daegu Gyeongbuk (DGIST).
Remoção de contaminantes
Existem vários materiais porosos à base de carbono para filtragem por meio de adsorção, mas a taxa dessa adsorção é lenta e é necessário um elevado aporte de energia térmica para limpar o filtro e colocá-lo em operação depois que ele satura.
Vários materiais foram desenvolvidos para melhorar a eficiência de remoção de contaminantes, mas tem sido difícil desenvolver materiais que satisfaçam simultaneamente os requisitos de reciclabilidade, eficiência, baixo custo de fabricação e possibilidade de fabricação em volume industrial.
A equipe coreana resolveu todos esses problemas sintetizando um polímero poroso a partir de um precursor de baixo custo - a triazina (C3H3N3) -, que foi tornado fortemente hidrofílico e ganhou propriedades fototermais, que o habilitam não apenas a reter microplásticos e outros micropoluentes, mas também a capturar compostos fenólicos e orgânicos voláteis, incluindo o perigoso bisfenol A.
Além disso, os experimentos confirmaram que o polímero não requer muita energia térmica para sua reciclagem, podendo ser usado várias vezes sem perda de desempenho.
O que mais impressionou foi a velocidade de operação do filtro, retendo mais de 99,9% dos micropoluentes em apenas 10 segundos. E, usando apenas o calor do Sol, o filtro forçou a evaporação de 98% dos compostos orgânicos voláteis.