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Plantão

USP participará de projeto internacional sobre reúso de água

Com informações das agências Fapesp e USP - 07/05/2012


Laboratórios vivos

A Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP) coordenará o lado brasileiro do projeto internacional Coroado.

O projeto é financiado pela União Europeia para tentar descobrir e disseminar novos métodos e ferramentas que estimulem a aplicação de tecnologias de reúso de água no mundo.

A região Metropolitana de São Paulo, a Bacia do Rio Copiapó, no Chile, a Bacia do Rio Bravo/Rio Grande, no México, e a Bacia do Rio Suquía, na Argentina serão transfromados em laboratórios naturais de experimentos em busca desses novos métodos.

As regiões escolhidas são estratégicas do ponto de vista do consumo - um aspecto importante sob o prisma da condição atual de preservação dos recursos hídricos, vulneráveis a secas, infraestrutura precária, desperdício, aumento de demanda e mananciais degradados ou inacessíveis.

De acordo com os especialistas, caso o consumo continue no ritmo atual, até 2025 mais da metade dos países sofrerá com a escassez de água.

Tecnologias de reúso da água

Segundo a responsável pelo Coroado no Brasil, a pesquisadora Monica Ferreira do Amaral Porto, o projeto tem um custo superior a 4,5 milhões de euros e terá quatro anos de duração.

"Entre as ações, [o projeto] deverá avaliar as diversas tecnologias de reúso e reciclagem da água, em contraste com tecnologias e capacidade locais; custos e benefícios relativos à prática do reúso; soluções eficientes e economicamente viáveis para o fornecimento de água e para o combate da degradação de ecossistemas e reservas de água", explica.

O primeiro evento internacional do projeto será realizado entre os dias 7 e 10 de maio, no Hotel Bourbon, em São Paulo.

Será um encontro de trabalho com representantes das 13 universidades participantes do projeto, nove europeias e quatro sul-americanas.

"Haverá um dia aberto para empresários e outros convidados participarem das discussões, como a Fiesp, que tem sido uma grande incentivadora do reuso da água na indústria", explica Monica Porto.

Canalização de investimentos

O objetivo é que o relatório final, com os resultados do projeto, possa servir como base para que a União Europeia canalize investimentos em locais com grande potencial de aplicação de tecnologias de reúso.

A pesquisadora lembra que a aplicabilidade do reúso da água é ampla e deve ser estimulada pelos governos. "Em setores industriais estratégicos, como a petroquímica e a siderurgia, muitas indústrias chegam a reutilizar 90% de sua água, representando também uma grande economia do ponto de vista financeiro."

A tecnologia tem sido muito empregada também na agricultura irrigada e até mesmo na limpeza urbana. Em São Paulo, por exemplo, ruas do centro são lavadas com água de reúso. Muitos codomínios têm incluído no projeto equipamentos para o reaproveitamento da água usada pelos moradores na lavagem de roupas ou de alimentos.

O Brasil também já desenvolveu tecnologias para reúso da água na produção de etanol e açúcar enquanto outro estudo demonstrou que águas servidas são fonte importante de energia e matérias-primas.

O projeto tem como expectativa criar técnicas para que essas práticas possam ser ampliadas em escalas regional e nacional.

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